Acabei de ler o livro A confissão da leoa do Mia Couto, achei o livro fantástico, cheio de simbolismos, mitos e rituais africanos que fazem parte da construção dos próprios personagens. Com muito talento o autor nos leva por uma história cheia de sonhos e mistérios, sem muitas explicações, ficando a cargo do leitor entender o que é real e o que é imaginário na vida dos personagens. Mas é a vida totalmente real? O quanto da nossa vida é imaginado e construído de dentro para fora. A história traz a miséria da vida em cidades esquecidas na África, onde as pessoas não sabem nem se ainda estão vivas. Também levanta tema como a opressão das mulheres e os maus tratos, crianças sem infância… é uma história dura mais cercada de poesia. Como também é o livro que li já tem alguns anos do mesmo autor “Terra sonâmbula”, foi um presente da minha mãe de uma bienal que perdi. Não conhecia o livro e nem o autor, mas foi um dos melhores presentes depois que li. Lembra uma fábula antiga, a história traz um menino perdido e cheio de imaginação, que tenta sobreviver em um país quebrado. “Mia Couto, neste romance admirável, comunica-se diretamente com a alma profunda e conturbada à qual foi negado o direito a sono – a terra sonâmbula -, mas não ao sonho e a arte, às vias mágicas por excelência de resgate da vida humana.” As sinopses estão logo abaixo, não é atoa que Mia Couto é um autor premiado. Ainda estão na estante aqui para ler o O fio das miçangas e Cada homem é uma raça, ambos comprados na bienal. _______________________________________________________________________________________________________ A confissão da leoa Sinopse: Em 2008, quando Mia Couto participava da expedição de uma equipe de estudos ambientais ao norte de Moçambique, começaram a ocorrer na região ataques de leões a pessoas. Essa experiência inspirou o autor a escrever este romance singular. Em A confissão da leoa, uma aldeia moçambicana é alvo de ataques mortais de leões provenientes da savana. O alarme chega à capital do país e um experimentado caçador, Arcanjo Baleiro, é enviado à região. Chegando lá, porém, ele se vê emaranhado numa teia de relações complexas e enigmáticas, em que os fatos, as lendas e os mitos se misturam. Uma habitante da aldeia, Mariamar, em permanente desacordo com a família e os vizinhos, tem suas próprias teorias sobre a origem e a natureza dos ataques das feras. A irmã dela, Silência, foi a vítima mais recente. O livro é narrado alternadamente pelos dois, Arcanjo e Mariamar, sempre em primeira pessoa. Ao longo das páginas, o leitor fica sabendo que eles já tiveram um primeiro encontro muitos anos atrás, quando Mariamar era adolescente e o caçador visitou a aldeia. O confronto com as feras leva os personagens a um enfrentamento consigo mesmos, com seus fantasmas e culpas. A situação de crise põe a nu as contradições da comunidade, suas relações de poder, bem como a força, por vezes libertadora, por vezes opressiva, de suas tradições e mitos. ___________________________________________________________________________________
Terra sonâmbula sinopse: Um ônibus incendiado em uma estrada poeirenta serve de abrigo ao velho Tuahir e ao menino Muidinga, em fuga da guerra civil devastadora que grassa por toda parte em Moçambique. Como se sabe, depois de dez anos de guerra anticolonial (1965-75), o país do sudeste africano viu-se às voltas com um longo e sangrento conflito interno que se estendeu de 1976 a 1992. O veículo está cheio de corpos carbonizados. Mas há também um outro corpo à beira da estrada, junto a uma mala que abriga os “cadernos de Kindzu”, o longo diário do morto em questão. A partir daí, duas histórias são narradas paralelamente: a viagem de Tuahir e Muidinga, e, em flashback, o percurso de Kindzu em busca dos naparamas, guerreiros tradicionais, abençoados pelos feiticeiros, que são, aos olhos do garoto, a única esperança contra os senhores da guerra. Terra Sonâmbula – considerado por júri especial da Feira do Livro de Zimbabwe um dos doze melhores livros africanos do século XX e agora reeditado no Brasil pela Companhia das Letras – é um romance em abismo, escrito numa prosa poética que remete a Guimarães Rosa. Couto se vale também de recursos do realismo mágico e da arte narrativa tradicional africana para compor esta bela fábula, que nos ensina que sonhar, mesmo nas condições mais adversas, é um elemento indispensável para se continuar vivendo. ____________________________________________________________________________________
Nasceu em 1955, na Beira, Moçambique. É biólogo, jornalista e autor de mais de trinta livros, entre prosa e poesia. Seu romance Terra sonâmbula é considerado um dos dez melhores livros africanos no século XX. Recebeu uma série de prêmios literários e, em 2013, foi vencedor do Prêmio Camões, o mais prestigioso da língua portuguesa. É membro correspondente da Academia Brasileira de Letras. Obras:
ANTES DE NASCER O MUNDO (2009)
CADA HOMEM É UMA RAÇA (2013)
A CONFISSÃO DA LEOA (2012)
E SE OBAMA FOSSE AFRICANO? (2011)
ESTÓRIAS ABENSONHADAS (2012)
O FIO DAS MISSANGAS (2009)
O GATO E O ESCURO (2008)
A MENINA SEM PALAVRA (2013)
O OUTRO PÉ DA SEREIA (2006)
UM RIO CHAMADO TEMPO, UMA CASA CHAMADA TERRA (2003)
TERRA SONÂMBULA (2007)
O ÚLTIMO VOO DO FLAMINGO (2005)
A VARANDA DO FRANGIPANI (2007)
VENENOS DE DEUS REMÉDIOS DO DIABO (2008)
VOZES ANOITECIDAS (2013)
Mês: novembro 2013
Sorteio de Natal
O Natal está chegando e eu adoro ganhar livros de presente! E imagino que vocês também!
Sendo assim, revolvi sortear um livro aqui no blog. Eu estou participando de um amigo oculto com meus amigos, a gente faz através de um site (http://www.amigosecreto.com.br) e lá tem um espaço para cada um fazer sua lista de desejos.
Como sempre na minha lista só tem livros *.*. E assim tive uma ideia! Eu ainda não sei qual livro vou ganhar, só vou descobrir no dia óbvio! Mas vocês que querem participar do sorteio vão brincar de adivinhar comigo qual livro eu vou ganhar! Assim criamos um vínculo…
Como funciona?
*Para participar primeiro tem que comentar aqui no post qual livro vocês acham que eu vou ganhar (tem uma lista no final), cada um pode apostar em até dois livros!
*O grupo de pessoas que acertarem qual livro eu vou ganhar vai participar do sorteio e poderá ganhar o mesmo livro que eu ganhei.
*O que acontece se eu ganhar um livro que ninguém escolheu? Todos que comentarem nesse post concorrerão ao livro que eu ganhei!
* Deixem no comentário o e-mail para eu entrar em contato! Vou deixar uma semana para a pessoa sorteada me responder com o endereço, se não vou sortear de novo, ok?
* Não é obrigado seguir o blog, mas peço que façam essa gentileza..
* O sorteio vou fazer aqui na minha casa, sorteando o nome num saquinho, a moda antiga ^^.
* O endereço de entrega do livro tem que ser em território brasileiro.
* Os meus amigos que estão participando do amigo oculto podem participar, podem, mas se a pessoa que me tirou e já sabe qual livro eu vou ganhar comentar, fiquem tranquilos que ela vai ser desclassificada rsrs Até peço que essa pessoa comente para eu não ficar desconfiada!
Lista de livros que pedi e que vocês podem escolher dois:
1- Eu Me Chamo Antônio – Pedro Gabriel
Antônio é o personagem de um romance que está sendo escrito e vivido. Frequentador assíduo de bares, ele despeja comentários sobre a vida – suas alegrias e tristezas – em desenhos e frases escritas em guardanapos, com grandes doses de irreverência e pitadas de poesia. Antônio é perito nas artes do amor, está sempre atento aos detalhes dos encontros e desencontros do coração. Quando está apaixonado, se sente nas nuvens e nada parece ter maior importância, e, quando as coisas não saem como esperado, é capaz de enxergar nas decepções um aprendizado para seguir adiante. Do balcão do bar, onde Antônio se apoia para escrever e desenhar, ele vê tudo acontecer, observa os passantes, aceita conversas despretensiosas por aí e atrai olhares de curiosos. Caso falte alguém especial a seu lado (situação bastante comum), Antônio sempre se acomoda na companhia dos muitos chopes pela madrugada.
2-Eu Sou Malala: A História da Garota Que Defendeu o Direito à Educação e Foi Baleada Pelo Talibã – Malala e Christina Lamb
Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã. Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente.
3-O Herói Discreto – Mario Vargas Llosa
“Nunca se deixe pisar por ninguém, filho. Este conselho é a única herança que posso lhe deixar.” O herói discreto é um romance clássico de Vargas Llosa, que entrelaça, com maestria, histórias de crimes e intrigas, amores e reviravoltas. Felícito Yanaqué é o dono de uma empresa de transportes em Piura, no norte peruano. Um dia, antes de ir ao trabalho, se surpreende ao encontrar uma carta anônima, presa à porta de sua casa. Sua família e sua empresa serão protegidas, diz o texto, mediante um pagamento mensal. Como assinatura, uma sinistra aranha, atrás da qual se escondem os chantagistas. Mas ele é um homem que aprendeu com o pai a não se curvar a nada, e fará o possível para combater esse perigo invisível. A partir de então, mergulha numa rede de ameaças que irá colocar em risco não só seu trabalho, mas as pessoas que ama. Em paralelo, em Lima, Ismael Carrera, viúvo septuagenário dono de uma companhia de seguros, decide mudar completamente o rumo de sua vida. Sabendo que os filhos gananciosos querem apenas seu dinheiro, ele se casa secretamente com uma mulher bem mais jovem, que trabalhou como empregada na casa da família. Seus filhos, inconformados, farão de tudo para destruir a vida do pai. Felícito e Ismael terão de lutar, mas não estão sozinhos. Em O herói discreto, de maneira brilhante, Mario Vargas Llosa traz à cena alguns de seus mais cativantes personagens – o sargento Lituma, além de don Rigoberto, Lucrecia e o jovem Fonchito – para tomarem parte nessa luta.
4-Quem é Você, Alasca?: O Primeiro Amigo, a Primeira Garota, as Últimas Palavras – John Green
Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o “Grande Talvez”. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao Grande Talvez.
5- A Coisa Terrível que Aconteceu com Barnaby Brocket – John Boyne
A família Brocket tinha muito orgulho de ser perfeitamente normal – até o dia em que Barnaby Brocket veio ao mundo. Assim que se separou do corpo da mãe, o bebê foi parar no teto do hospital… Ele flutuava! Com o tempo, aquela esquisitice virou problema e motivo de vergonha para os pais de Barnaby. Os dois decidem abandoná-lo à sua própria sorte e ele passa a flutuar sem destino. Mas esse era apenas o começo de uma viagem pelo mundo, em que conheceria lugares impressionantes e pessoas muito especiais – que, como ele, não eram tão normais assim.
Então, qual vocês acham que vou ganhar? Ou qual vocês querem que eu ganhe?
Quer ganhar mais comentários e mais visitas em seu blog? Então leia esse post no Nós na Gravata!”
{eu li} A fantástica JK
É com muita felicidade que posso anunciar aos quatro ventos que J.K. Rowling continua sendo uma escritora brilhante! Harry Potter dispensa apresentações e comentários, a série de livros mais famosa do meu tempo (rsrs), a série de livros que me tornou uma leitora de verdade e que transformou sua autora numa das escritoras mais famosas do mundo. E com motivo! Muito bem, depois de HP, JK ficou muito tempo sem lançar nenhum livro, eis que no ano passado (2012) surge Morte Súbita. Um livro que como minha amiga Camille e eu vivemos dizendo é um soco no estômago, incrível, com personagens difíceis de aturar e amar, aqueles que amamos odiar e outros que nossa, vieram para fazer sofrer a consciência e roer as unhas até acabar o livro com uma preocupação na cabeça. Com esse livro, JK se jogou de cabeça nos livros “adultos” e o fez com grande exito, na minha humilde opinião.
———————————————————————————————————————————————————
Morte Súbita – Sinopse:
Quando Barry FairBrother morre inesperadamente aos quarenta e poucos anos, a pequena cidade de Pagford fica em estado de choque. A aparência idílica do vilarejo, com uma praça de paralelepípedos e uma antiga abadia, esconde uma guerra. Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… Pagford não é o que parece ser à primeira vista. A vaga deixada por Barry no conselho da paróquia logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas? Com muito humor negro, instigante e constantemente surpreendente, “The Casual Vacancy” é o primeiro livro para adultos de J.K. Rowling.
———————————————————————————————————————————————————
Preconceitos, desigualdades sociais, falta de oportunidades, ganância, fofoca e intriga envolvem a trama do livro. A falta de FairBrother e a vaga no conselho causam sentimentos diferentes nos personagens com que ele esta diretamente envolvido e indiretamente nos mais frágeis que são afetados por uma avalanche. JK traz jovens mal comportados, com laços destruídos, famílias reviradas e problemáticas, ricas ou pobres. Uma morte sacode os esqueletos que todos tem no armário, através de uma arma da atualidade a Internet. Além disso tudo, a narrativa é bem diferente e não espere por final feliz! O livro acaba te enterrando de vez vala, não vai ler e ficar bem.
E para minha total felicidade, J.K. lançou um livro esse ano, dessa vez com um pseudônimo, Robert Galbraiths. Como ela mesma explicou em uma entrevista, publicou o livro com o nome falso porque queria se sentir como no início da carreira e trabalhar sem a euforia e as expectativas e receber um retorno sem verniz nenhum. “Foi uma uma experiência incrível e eu só queria que tivesse uma vida mais longa”.
———————————————————————————————————————————————————
O Chamado do Cuco – Sinopse:
Quando uma modelo problemática cai para a morte de uma varanda coberta de neve, presume-se que ela tenha cometido suicídio. No entanto, seu irmão tem suas dúvidas e decide chamar o detetive particular Cormoran Strike para investigar o caso. Strike é um veterano de guerra, ferido física e psicologicamente, e sua vida está em desordem. O caso lhe garante uma sobrevida financeira, mas tem um custo pessoal: quanto mais ele mergulha no mundo complexo da jovem modelo, mais sombrias ficam as coisas e mais perto do perigo ele chega. Um emocionante mistério mergulhado na atmosfera de Londres, das abafadas ruas de Mayfair e bares clandestinos do East End para a agitação do Soho. O chamado do Cuco é um livro maravilhoso. Apresentando Cormoran Strike, este é um romance policial clássico na tradição de P.D. James e Ruth Rendell, e marca o início de uma série única de mistérios.
———————————————————————————————————————————————————
Pergunta da entrevista que pode ser lida completa no site da Rocco.
“11) Revelar a identidade verdadeira de Robert Galbraith não foi simplesmente uma campanha de marketing elaborada para impulsionar as vendas?
Quando respondi a esta pergunta pela primeira vez, só pude dizer que não planejei nem desejava a revelação. Sem saber como aconteceu, fiquei mais decepcionada do que furiosa quando fui desmascarada. Embora tenha sido lançado há apenas três meses*, Robert vendeu 8.500 exemplares em todos os formatos (capa dura, ebook, para biblioteca e audiolivro), chegou a ser número um em vendas de audiolivros no Reino Unido e recebeu duas ofertas de produtoras de televisão. O sucesso de Robert neste período se compara favoravelmente com o sucesso de J.K. Rowling no período equivalente de sua carreira e tenho muito orgulho dele!
Quando o jornalista do Sunday Times nos procurou, saltei à conclusão errônea de que alguém, de uma das produtoras de TV interessadas, teria desconfiado. Não só este autor inédito era avesso a aparecer em reuniões para uma adaptação para a telinha, como não havia fotos dele em lugar nenhum e ele por acaso tinha o mesmo agente e editor de J.K. Rowling! Porém, no final do dia em que o Sunday Times publicou a matéria, revelou-se que alguém de quem eu nunca ouvira falar contara meu segredo no Twitter. Seguiram-se então alguns dias muito desagradáveis em que fui obrigada a me perguntar quem do número mínimo de pessoas a quem eu me confidenciei poderia ter passado a informação a alguém que a twitaria ao mundo. Em momento algum pensei que a possível fonte fosse um advogado de uma firma de que eu evidentemente supus poder esperar inteira confidencialidade. A revelação foi um choque imenso e uma profunda decepção. Meu plano de escrever sob pseudônimo era antigo e embora eu não tenha tido o tempo que esperava, foi maravilhoso enquanto durou. Desfrutei de um período de escrita e pesquisa sem a pressão ou as expectativas e foi incrível receber feedback de editores, críticos e leitores sob um nome diferente”.
Fora toda essa história do pseudônimo, a história é muito boa, lembrando um pouco a linha da Agatha Christie, o suspense policial leva o leitor até o finalzinho da trama querendo saber quem é o assassino e se enganando e confundindo. O detetive particular herói da vez é Cormoran Strike, um anti-herói problemático, com uma perna capenga e um grande problema amoroso. Cormoran conquista o público com seu jeito simples de lutador que desanima mas não se deixa abater, que não quer piedade e que ao mesmo tempo precisa de ajuda. Ajuda que consegue num personagem clássico, a secretária, mas que esta louca para mostrar que pode ser muito mais do que é. Não se pode falar muito de um romance policial sem estragar a história, então se quer saber dos personagens suspeitos, vá ler o livro! Sem pistas aqui!
Continuar lendo a entrevista, traz bem mais informações sem contar os segredos:
“7) Por que o título O chamado do cuco ?
O título é retirado de um poema melancólico de Christina Rossetti chamado, simplesmente, “Lamento”, das lamentações por alguém que morreu jovem demais. O título também contém uma alusão sutil a outro aspecto da trama, mas não posso explicar sem estragar a história, deixarei que os leitores descubram.
8) Pode nos falar um pouco mais de Strike e por que decidiu fazer dele o personagem que é? E sua relação com Robin, que é intrigante?
Além de ser ex-policial militar, meu herói é filho ilegítimo de um homem muito famoso que ele só encontrou duas vezes. Strike me proporciona um meio de falar de forma objetiva e desapaixonada das excentricidades que acompanham a fama. No exército, Strike teve o anonimato a que ansiava; agora que saiu, encontra quem faça muitos pressupostos sobre ele, com base unicamente em sua origem familiar. Strike é um homem brilhante, mas ferido, que ainda se prende fortemente a alguns princípios para ele sagrados. Tenta ganhar a vida tolerando as dificuldades físicas que para muitos civis seriam insuportáveis e mantendo uma disciplina que muitos dispensariam em seu estado.
A assistente de Strike neste caso, Robin, é uma secretária temporária que chega devido a um equívoco (ele tinha a impressão de haver cancelado seu contrato com a agência, sem ter fundos para pagar). Robin escondeu de todos, inclusive do noivo, a ambição de toda a vida de se envolver em trabalho de detetive. Fica emocionada quando se vê trabalhando para um detetive particular, mas sua relação no início não é promissora. Amo tanto Robin quanto Strike e isso significa alguma coisa. Ela evoluiu em grande parte de minha própria experiência como temporária, muito tempo atrás, em Londres, onde eu sempre conseguia alguma renda entre os empregos porque sabia datilografar 100 palavras por minuto porque escrevia ficção em meu tempo livre.
No início Robin acha Strike muito pouco atraente e antipático, entre seu mau humor e seu cabelo “de pentelho”, mas logo começa a admirar o homem, sua ética de trabalho e sua inteligência. Enquanto isso, Strike, ciente de sua suscetibilidade como recém-separado e homem isolado, está decidido a não gostar demais desta garota prestativa e inegavelmente sexy e a não confiar demasiado nela. Foi muito divertido escrever a relação resultante, com muitas estranhezas e uma amizade que surge aos poucos. “
E para nossa alegria!
A sequência já está pronta e é provável que no ano que vem o novo detetive favorito esteja de volta! 😀
Já leu? O que achou?
Quer ganhar mais comentários e mais visitas em seu blog? Então leia esse post no Nós na Gravata!”
Book-se
{eu li} “Havia obsessõe…
“Havia obsessões _ eram como alfinetadas, cutucões, provocações: Será que deixei o gás ligado? Será que tem alguém olhando pela janela dos fundos? Talvez o leite esteja com o prazo de validade vencido. Melhor checar mais uma vez antes de pôr no chá. Será que eu deixei o gás aceso? Minhas calças esbarraram no chão quando eu vesti? Fazer de novo, fazer direito. Fazer de novo. Fazer de novo. De novo. De novo.” Uma estranha simetria (sinopse)- Audrey Niffenegger
Não tenho muita certeza se gostei desse livro, me deixou um tanto incomodada o final. Não é ruim! de jeito nenhum! Muito bem escrito, personagens envolventes nas suas pequenas loucuras. A história principal é sobre duas irmãs gêmeas idênticas (espelhadas na verdade), cuja mãe também é gêmea. E a difícil relação com uma pessoa “igual” por fora, até onde a personalidade de uma pode interferir na da outra saudavelmente? Irmãos como espelho? Muitos segredos de família, muitos conflitos internos pairam sobre os personagens da trama, talvez se libertar de amarras para viver a própria vida como se quer seja um dos principais temas, mas nada é simples nessa história. O personagem que mais me interessou é o dono do pensamento citado acima, o tema me desperta muita curiosidade. A Audrey mostrou mais uma vez que escreve muito bem, sabe convencer com tramas que trazem temas que misturam a realidade banal com o surreal. Se em A mulher do viajante do tempo temos, um homem que viaja no tempo, nesse livro temos fantasmas: a discussão sobre a morte e o que acontece com os espíritos quando o corpo padece. Acho que eu esperava mais do final, mas pensando bem gostei… Não sei.. Queria alguém para discutir esse livro ¬¬. “Elspeth queria muito ser capaz de fazer barulho..” Se alguém ler, por favor, não esqueça de voltar e comentar..ok?
Post sobre a autora e o livro A mulher do viajante no tempo (um dos meus favoritos).
Quer ganhar mais comentários e mais visitas em seu blog? Então leia esse post no Nós na Gravata!”