Publicado em Eu li...

{eu li} O herói discreto

4sEscolhi esse livro para ganhar de presente, sem me lembrar de como o autor é importante, um dos grandes nomes da literatura latina. Nunca tinha lido nada do autor e fiquei muito satisfeita com minha escolha, o livro me arrancou risos, sustos, me levando a surpresas prazerosas e lembrando valores importantes da vida.  Li que não é um dos melhores, então acredito que vou gostar muito dos anteriores.

O livro conta a história de dois personagens centrais: Felícito Yanaqué dono de uma empresa de transportes em Piura, no norte peruano, que começa a ser chantageado por uma suposta milícia e Ismael Carrera, viúvo septuagenário dono de uma companhia de seguros, em Lima, que decide mudar o rumo de sua vida se casando de novo sem deixar um tostão para os filhos ambiciosos e perversos.

Quem acompanha a história de Ismael se envolvendo até o pescoço com problemas por causa disso é Don Rigoberto com sua esposa Lucrecia e o filho Fonchito. Fonchito também faz parte de um mistério que deixa a todos encucados. Essa família já apareceu em dois livros anteriores: Elogio a madrasta e Os cadernos de Don Rigoberto, que estou bem curiosa para ler.

Outro personagem que volta é o policial Lituma (do livro Lituma nos Andes).”Infelizmente, vivemos em um mundo em que muitas vezes a ambição faz com que desmoronem os princípios, os valores, sem nenhum escrúpulo”, afirmou o escritor em entrevista a Agência Efe.”É curioso. Com alguns personagens, quando começo a pensar em trazê-los para uma história, se oferecem como se não tivessem sido aproveitados o bastante nas obras anteriores. Aqui, embora os personagens venham de mundos muito diferentes, seus destinos se unem misteriosamente, como acontece muitas vezes na vida”.

Todo o enredo é construído de forma brilhante: intrigas, reviravoltas, traições, amor, ódio e ambição entram em cena para retratar a situação do Peru e da sociedade latina em geral.”Se tornou uma cidade moderna, que cresceu muito e que vive uma prosperidade positiva, mas que também trouxe problemas de delinquência antes desconhecida” diz Vargas Llosa. Ou com outras palavras, as do sargento Lituma no romance: “Estas são as consequências do progresso”.

No livro o autor também faz críticas a imprensa e ao comportamento de abutre nos programas sensacionalistas tão comuns e famosos.”A imprensa muitas vezes explora isso de uma maneira tão irresponsável que termina contaminando todo o mundo político, as instituições”, diz Vargas Llosa.

mario V L+ sobre o autor: Mario Vargas Llosa além de jornalista, dramaturgo, ensaísta e crítico literário, é um escritor consagrado internacionalmente. Nascido em Arequipa, no Peru, em 1936, ganhou notoriedade literária com a publicação do premiado romance A Cidade e os Cães (1961). Mudou para Paris nos anos 60, e lecionou em diversas universidades americanas e européias, ao longo dos anos. Com uma vasta produção literária, que inclui peças teatrais, ensaios e memórias, Vargas Llosa publicou sobretudo romances, entre eles Conversa na Catedral, Pantaleão e as Visitadoras, Tia Júlia e o Escrevinhador, A Guerra do Fim do Mundo, Quem Matou Palomino Molero? e Cartas a um Jovem Escritor.
Foi vencedor dos prestigiosos prêmios Cervantes, Príncipe de Astúrias, PEN/Nabokov e Grinzane Cavour. Em 2010, ganhou o prêmio Nobel de Literatura. De acordo com a Academia Sueca, a escolha seu deu por conta da “cartografia das estruturas do poder e afiadas imagens de resistência, rebelião e derrota do indivíduo” que aparecem na obra de Llosa. Numa incursão ao mundo da política, candidatou-se, em 1990, à presidência do Peru, perdendo a eleição para Alberto Fujimori.

Programa Roda Viva com o autor (13/05/2013).

Sinopses:

Elogio a madrasta

Lucrécia e dom Rigoberto vivem em contínua felicidade. Ela, uma mulher que acaba de completar 40 anos, nada perdeu de sua elegância e sensualidade; ele, no segundo casamento, descobriu finalmente os prazeres da vida conjugal. Juntos, crêem que nada pode afetar esse idílio, cheio de fantasias e sexo. Alfonso, ou Fonchito, filho de dom Rigoberto, parecia ser o único empecilho; amava demais sua mãe, Eloísa, para aceitar a chegada de uma madrasta. Mas até ele foi conquistado pelos encantos de dona Lucrécia. O amor do menino por sua madrasta, entretanto, vai muito além do que se esperaria de uma criança, criando uma linha tênue entre a paixão e a inocência que mudará o destino de cada um deles.

Os cadernos de Don Rigoberto

Os cadernos de dom Rigoberto é um livro arrebatador sobre a arte de amar, em suas formas mais variadas e profundas. Lançado originalmente em 1997, tornou-se um sucesso mundial. No romance, Vargas Llosa retoma os personagens de seu romance Elogio da Madrasta, de 1988, para narrar uma nova história de paixões e intrigas. Dom Rigoberto, embora seja um homem discreto, leva uma vida dupla. De dia, comporta-se como um senhor respeitável e de hábitos metódicos. À noite, aproveita as madrugadas insones para registrar fantasias amorosas em seus cadernos. Neles, sua ex-mulher, a voluptuosa Lucrecia, ocupa sempre o espaço da personagem principal.

Por trás da aparência austera de corretor de seguros, esconde uma obsessão pelas mais loucas fantasias sexuais. Embora tenha passado anos de completa felicidade com Lucrecia — uma mulher sensual que amava atender seus desejos —, Rigoberto interrompeu bruscamente o idílio em que viviam quando descobriu que ela e Fonchito — filho de seu primeiro casamento — mantinham um tórrido caso amoroso. Assim, viu-se obrigado a expulsá-la de casa. O que dom Rigoberto não sabe é que foi o filho quem seduziu a madrasta, num plano maquiavélico para afastá-la de suas vidas. Agora, o destino de Lucrecia e dom Rigoberto está prestes a mudar. Fonchito, misteriosamente, põe em operação um plano para voltar a unir o casal. Mesmo sem descobrir o que o menino pretende, Lucrecia se deixa levar por essa nova artimanha que a colocará, mais uma vez, em contato com o que mais desejou

Obra completa:

  • Os Chefes (1959)
  • A cidade e os cachorros (Brasil)  (1963)
  • A Casa Verde (1966) (Premio Rómulo Gallegos)
  • Os Filhotes (1967)
  • Conversa na catedral (Brasil) (1969)
  • Pantaleão e as visitadoras (1973)
  • Tia Júlia e o escrevinhador (Brasil) (1977)
  • A Guerra do Fim do Mundo (1981)
  • Historia de Mayta (1984)
  • Quem matou Palomino Molero? (1986)
  • O falador (1987)
  • Elogio da madrasta (1988)
  • Lituma nos Andes (1993). Premio      Planeta
  • Os cadernos de Dom Rigoberto (1997)
  • A festa do bode (Brasil) (2000)
  • O Paraíso na Outra Esquina (2003)
  • Travessuras da Menina Má (2006)
  • O Sonho do Celta (2010)
  • O Herói Discreto (2013)

Teatro

  • A menina de Tacna (1981)
  • Kathie e o hipopótamo (1983)
  • La Chunga (1986)
  • El loco de los balcones (1993)
  • Olhos bonitos, quadros feios(1996)

Ensaio

  • García Márquez: historia de un      deicidio (1971)
  • Historia secreta de una novela (1971)
  • La orgía perpetua: Flaubert y «Madame      Bovary» (1975)
  • Contra viento y marea. Volume I      (1962-1982) (1983)
  • Contra viento y marea. Volume II      (1972-1983) (1986)
  • La verdad de las mentiras: Ensayos      sobre la novela moderna (1990)
  • Contra viento y marea. Volumen III      (1964-1988) (1990)
  • Carta de batalla por Tirant lo Blanc      (1991)
  • Desafíos a la libertad (1994)
  • La utopía arcaica. José María      Arguedas y las ficciones del indigenismo (1996)
  • Cartas a un novelista (1997)
  • El lenguaje de la pasión (2001)
  • La tentación de lo imposible (2004)
  • Sabres e Utopias (2009)
  • A civilização do espetáculo (2012)
Publicado em Debates e Reflexões, Dicas

Memória das Vítimas do Holocausto #ListadeLivros

Hoje, 27 de janeiro, é o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

“Todos os anos, no aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz, relembramos as vítimas do Holocausto. Recordamos o sofrimento de milhões de pessoas inocentes, e realçamos os perigos do anti-semitismo e ódio de qualquer espécie”, afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

É muito importante termos consciência do que foi o holocausto e de que ideias, preconceitos, medos e violência levadas ao extremos podem chegar a isso. Somos todos iguais e horrores como esse nunca podem se repetir. Devemos ser totalmente contra a qualquer tipo de segregação, seja pelo motivo que for. E ficar sempre de olhos abertos, para aberrações como os grupos neonazistas e pessoas racistas que humilham e discriminam os outros. Os livros são o melhor caminho para o esclarecimento, sendo assim uma lista de livros sobre o assunto, evitei biografias de Hitler porque não é o foco dessa seleção mesmo.

Sinopse – A Menina que Roubava Livros – Markus Zusak

untitledQuando a Morte conta uma história,
você deve parar para ler.

A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, porém surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los em troca de dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. Essa obra, que ela ainda não sabe ler, é seu único vínculo com a família. Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a cumplicidade do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que a ensina a ler. Em tempos de livros incendiados, o gosto de roubá-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito.
A vida na rua Himmel é a pseudorrealidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do  aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um jovem judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela história. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa desse duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto — e raro — de crítica e público.

*Um dos livros mais perfeitos e emocionantes que já li, um dos meus autores favoritos. Esse livro faz a gente chorar baldes, é de uma sensibilidade absurda. (Quem gosta do Zusak tem que ler Eu sou o mensageiro)

E também essa entrevista bem bacana.

Trailer do filme: http://www.youtube.com/watch?v=tJ4ja3_r9pU

A bibliotecária de Auschwitz – Antonio G. Iturbe

a bibliotecariaEsse livro foi uma adorável descoberta, principalmente lendo depois a história do encontro do autor com Dita e sabendo do horror que foi o Holocausto, uma lição de vida e de história. Sinopse:  Um emocionante romance baseado na história verídica de uma jovem checa, a bibliotecária do Bloco 31, de Auschitwz – Dita Dorachova – com quem o autor teve oportunidade de falar e que resgata do esquecimento uma das mais comoventes histórias de heroísmo cultural. Auschwitz-Birkenau, o campo do horror, infernal, o mais mortífero e implacável. O Bloco 31 tinha 500 crianças, e neste lugar onde os livros eram proibidos, a jovem Dita escondia todas as noites os frágeis oito volumes da biblioteca mais pequena, recôndita e clandestina que jamais existiu. Resenha

Sinopse – O Menino do Pijama Listrado – John Boyne

mplBruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.

* Ainda não sei como não li esse livro, sou grande fã do John Boyne, amo! Acho que é porque já me contaram o final, ainda vou ler… (Recomendo dele: O Palácio de Cristal, O garoto no convés, O pacifista (foda!)

Também tem filme:

http://www.youtube.com/watch?v=E9KzEb_ojfw

– Anne Frank editado por Otto Frank e Mirjam Pressler

  af“12 de junho de 1942 – 1° de agosto de 1944. Ao longo deste período, a jovem Anne Frank escreveu em seu diário toda a tensão que a família Frank sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim de muitos dias de silêncio e medo aterrorizante, eles foram descobertos pelos nazistas e deportados para campos de concentração. Anne inicialmente seguiu para Auschwitz e mais tarde para Bergen-Belsen.”
Sinopse – Olga – A vida de Olga Benário Prestes, judia comunista entregue a Hitler pelo governo Vargas – Fernando Morais
A obra fala sobre a vida de Olga Benário alemã, judia e comunista, que se envolveu com Luís Carlos Prestes. Ela veio ao Brasil para lutar com ele pelos ideais comunistas. Acabou sendo presa e deportada grávida para a Alemanha pelo governo brasileiro, tendo como presidente Getúlio Vargas. Morreu numa câmera de gás de um campo de concentração em 1942.

* Clássico dos clássicos.

Sinopse – Depois de Auschwitz – O emocionante relato de uma jovem que sobreviveu ao holocausto – Eva Schloss

al Em seu aniversário de quinze anos, Eva é enviada para Auschwitz. Sua sobrevivência depende da sorte, da sua própria determinação e do amor de sua mãe, Fritzi. Quando Auschwitz é extinto, mãe e filha iniciam a longa jornada de volta para casa. Elas procuram desesperadamente pelo pai e pelo irmão de Eva, de quem haviam se separado. A notícia veio alguns meses depois: tragicamente, os dois foram mortos. Este é um depoimento honesto e doloroso de uma pessoa que sobreviveu ao Holocausto. As lembranças e descrições de Eva são sensíveis e vívidas, e seu relato traz o horror para tão perto quanto poderia estar. Mas também traz a luta de Eva para viver carregando o peso de seu terrível passado, ao mesmo tempo em que inspira e motiva pessoas com sua mensagem de perseverança e de respeito ao próximo – e ainda dá continuidade ao trabalho de seu padrasto Otto, pai de Anne Frank, garantindo que o legado de Anne nunca seja esquecido.

Sinopse – A lista de Schindler – Thomas Keneally

listaA história verdadeira deste homem que enfrentou perigos inacreditáveis e sacrificou tudo o que possuía, colocando em jogo a própria liberdade, para salvar mais de mil pessoas. Partindo dos testemunhos dos Schindlerjuden – os judeus de Schindler -, Thomas Keneally compôs um romance notável e comovente, que retrata a coragem, a generosidade e a perspicácia de um herói em meio às cinzas do holocausto. Escrito com paixão, mas também com absoluta fidelidade aos fatos, A Lista de Schindler valeu a seu autor o cobiçado Prêmio Booker, da Inglaterra. Levado às telas com grande sucesso por Steven Spielberg, foi eleito o melhor filme de 1993 pela Associação dos Críticos de Nova York e de Los Angeles.

* Clássico dos clássicos.

Trailer do filme:

lista 2

http://www.youtube.com/watch?v=93k16-EI2dM

Sinopse – O Leitor – Bernhard Schlink
 leitor

Michael tem somente 15 anos quando conhece Hanna, uma mulher 21 anos mais velha. É o início de uma delicada relação amorosa, marcada por pequenos gestos e rituais. A leitura de clássicos de Tolstói, Dickens e Goethe precede os encontros. Ao longo de meses, o casal repete essas cerimônias, interrompidas pelo súbito desaparecimento de Hanna. Sete anos depois, Michael, estudante de direito, é convidado a tomar parte em um julgamento contra criminosos do regime nazista. Ele descobre que uma das acusadas é sua antiga amante, o que o lança a um vórtice de culpa e piedade.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=I50ZKFCqr8g

Sinopse – Resistência – A história de uma mulher que desafiou Hitler – Agnès Humbert
 rsistenciaNo verão de 1940, quando a ocupação nazista na França se tornou irremediável, a vida da historiadora de arte Agnes Humbert tomou um rumo surpreendente. Inconformada com a dominação nazista, movida por uma coragem ímpar e com o apoio de seus colegas do Museu do Homem em Paris, Agnès fundou um dos primeiros grupos da Resistência francesa. Durante quase um ano, ela e seus companheiros redigiram, imprimiram e distribuíram o jornal Résistance, além de panfletos e outros textos contra o governo de Vichy.
A rede de rebeldes do Museu do Homem, improvável porém eficiente, conquistaria um lugar de trágico destaque na história da Segunda Guerra Mundial. Em 1941, muitos dos seus membros, incluindo o carismático líder Boris Vildé e a própria Agnès, foram traídos por um espião e entregues à Gestapo. Presos, sete dos homens foram condenados à morte e executados por um pelotão de fuzilamento. As mulheres foram deportadas para a Alemanha como trabalhadoras escravas.  Em “Resistência”, esses eventos são descritos com um imediatismo pulsante, que percorre cada página do diário secreto de Agnès, publicado inicialmente na França em 1946 e depois esquecido. Até a sua captura, nos primeiros meses de 1941, Agnès registrou os fatos dia após dia, e suas anotações nos permitem acompanhar cada passo dos primórdios da Resistência. Feita prisioneira, ela não tinha mais como escrever em seu diário. Contudo, ao ser libertada em 1945, dedicou-se a repassar os fatos em sua memória para registrálos ainda no calor dos acontecimentos.

Sinopse – O Sobrevivente – Memórias de um Brasileiro que Escapou de Auschwitz
 sobreviventeAleksander Henryk Laks, 72, relata os sofrimentos inimagináveis aos quais foi submetido e conta como conseguiu a eles sobreviver. Seu calvário começou quando o exército nazista invadiu a Polônia, em setembro de 1939. A partir daí, sua vida e de sua família transformou-se numa luta diária pela sobrevivência. Aleksander , deparou-se com amigos e parentes amarrados ou enforcados no alto de postes da sua cidade natal, Lodz, e viu soldados alemães arrancarem as barbas de judeus com as mãos, deixando suas faces em carne viva. No entanto, este foi apenas o começo da série de crueldades impingidas aos judeus. Levados para diversos campos de concentração, Aleksander viu sua mãe pela última vez ao descer do trem que os levou para Auschwitz, lugar onde viveu os momentos mais torturantes da sua vida. Uma das torturas mais comuns era o método número 25. Os judeus eram amarrados de bruços em cavaletes e espancados nas costas com pedaços de pau, esmigalhando os rins que saiam junto com o sangue através dos poros. Depois de ver sua mãe caminhar para a câmara incineradora, assistiu a morte de seu pai que não resistiu às semanas de caminhada na chamada “Marcha da Morte”, de mais de 500 quilômetros, entre vários campos de concentração. Dos 600 prisioneiros que partiram de Auschwitz, apenas 50 sobreviveram. E novamente Aleksander estava entre eles. A redenção veio junto com a chegada do exército aliado. Aleksander foi salvo pelas tropas que interceptaram o trem que o levava de um campo de concentração para outro. A certeza de que seu calvário teria fim veio na forma de um copo de leite quente, entregue por um soldado aliado. Aleksander Henryk Laks tem 72 anos e vive em Copacabana no Rio de Janeiro. Atualmente, é consultor histórico da mini-série da TV Globo, Aquarela do Brasil.

Sinopse – Apátrida – Ana Paula Bergamasco
 apatriidaGanhador do Codex de Ouro 2011: Melhor drama. “Uma pequena vila na Polônia. Uma menina repleta de vida. Um encontro. Vidas Ceifadas. Sonhos Destruídos. Infâncias Roubadas. As recordações da personagem Irena amarram o leitor na História do Século XX. Baseado no estudo dos fatos que marcaram a época, o palco da narrativa é a conturbada Europa pós Primeira Guerra Mundial, culminando com a eclosão da Segunda Grande Guerra e a destruição que ela provocou na vida de milhões de pessoas. A narradora conduz a exposição em primeira pessoa, e remete o leitor a enxergar, através de seus olhos, o cotidiano a que ficou submetida. É um relato humano, sincero e envolvente que revela a passagem da vida infantil feliz da menina, para o tumulto da existência adulta, cheia de contradições.”

Sinopse – O Reencontro – Fred Uhlman
 reeO reencontro é uma história de uma devoção intensa e inocente entre dois jovens amigos que crescem juntos no interior da Alemanha e são separados pela ascensão do nazismo. Para a família de Hans Schwarz, judeu, a perseguição é temporária, passará como uma doença. Na cômoda da mãe de Konrandin von Hohenfels, seu aristocrático amigo alemão, o retrato de Hitler tem lugar de destaque. Àquela altura da vida para eles o Holocausto era impensável. Escrito em 1960, não é um livro autobiográfico, embora contenha elementos de vida do autor.

Sinopse – Os Diários de Victor Klemperer – Testemunho Clandestino de um Judeu na Alemanha Názista – Victor Klemperer
 OS_DIARIOS_DE_VICTOR_KLEMPERER_1249857707PEditados na Alemanha em 1995, estes Diários vão de 1933 a 1945. Descrevem a ação do nazismo no dia-a-dia e desmentem, por exemplo , que ninguem tivesse conhecimento de certas atrocidades: em 1942, havia indicações claras sobre os campos de exterminio. Victor Klemperer (1881-1960), judeu alemão convertido ao protestantismo, professor universitário de linguas e literaturas românticas, escreveu milhares de páginas sobre o tempo em que viveu. Pela honestidade intelectual, pelo senso humanistico e pela própria abrangencia das anotações, seus Diários foram imediatamente acolhidos como um testemunho único. E há neles uma dramaticidade própria: o leitor sabe que o autor sobreviveu, mas Klemperer vive e fixa cada momento como se fosse o último.

Sinopse – Amor e Lixo – Ivan Klíma
 aelSobrevivente de um campo de concentração nazista, o autor tcheco Ivan Klíma viveu a repressão comunista e sua obra esteve proibida na Tchecoslováquia durante vinte anos. Este romance revela o talento, a sensibilidade e o estilo impécável de Klíma, que, inspirado em sua própria experiência, narra a história de um escritor que se emprega como gari em Praga depois de ter seus originais sistematicamente rejeitados pelas editoras.  O serviço de varrer ruas pode ser alvitante para alguns, repetitivo, mas tem suas compensações: a irreverência e a excentricidade de seus colegas, e uma nova perspectiva a partir da qual possa encarar a sociedade que lhe nega o direito de seguir sua verdadeira vocação. As recordações da infância do personagem pontuam este livro, que tem no amor o verdadeiro fio condutor da narrativa, e no lixo uma alegoria perfeita para o processo de aniquilamento da alma sob um regime.

Já leu algum desses livros? O que achou? Tem alguma outra sugestão, comente!

Publicado em Debates e Reflexões, Enquetes

Quem conta um conto aumenta um ponto?

Para os autores os personagens são como filhos, mais do que filhos até, porque está nas mãos do escritor o destino dos personagens, por mais que gostemos ou não. Quando amamos os livros que lemos costumamos achar os personagens incríveis e as decisões acertadas, há também os livros que amamos odiar ou os do George no qual vemos morrer nossos personagens favoritos sem dó.

Mas o que acontece quando um autor morre? Os personagens devem ficar para sempre eternizados na memória e imaginação do leitor ou não há problemas caso outro autor se aproprie deles e continue ou até mesmo faça uma releitura da história? É uma questão muito complicada se levarmos em conta que a personalidade do personagem depende muito da ideia que o autor faz dele. Se para cada leitor a interpretação daqueles atos e palavras são bem diferentes. então se alguém continua uma história, continua a partir do que entendeu e assimilou, e isso pode resultar numa experiência bem diferente para o leitor que já estava acostumado com a escrita e com o jeitinho de cada personagem. Mas acredito também que isso tudo depende muito desse novo autor, não cagar a história e até mesmo conseguir inovar, quem disse que as mudanças não podem ser para a melhor? Acho que o jeito é ler ver no que dá.

Eu fico curiosa com o que o autor pensaria a respeito lá do além. Agatha Christie não quis correr o risco e escreveu a morte do celebre e querido Hercule Poirot, antes de morrer com a autorização para que o livro só fosse publicado depois de sua morte (Cai o pano). George Martin, apesar de escrever Wild Cards com outros autores, gosta de ter o controle total sobre seu personagens e não lê nem mesmo as fanfics. Ele escreveu em seu livejournal deixando claro que é totalmente contra a utilização de seus personagens por escritores de fanfics e explicando os motivos de sua posição: “Ninguém pode abusar das pessoas de Westeros, exceto eu. Isto não tem nada a ver com dinheiro ou direitos autorais ou a lei. É uma reação instintiva de nível emocional. E é tudo sobre o amor. Em ambos os lados.”

Trilogia Millenium

imagesRecentemente soube que a Trilogia Millenium, dos quais fazem parte os livros “Os homens que não amavam as mulheres”, “A menina que brincava com fogo” e “A rainha do castelo se ar” pode ganhar uma continuação feita por outro sueco.

***Atualização! O livro já foi publicado e divide opiniões! Assim que ler divido a minha!

Fiquem bem preocupada, os personagens são muito fortes, inteligentes, e o enredo é um tanto brutal. eletrizante e massacrante, é cativante para quem gosta do gênero. Os livros têm política, tráfico de mulheres, assassinatos, crimes e jornalismo! São três livros que me despertaram muitas emoções conflitantes, então rola um grande medo de que o novo autor faça uma grande merda. Agora já estou mais conformada e acho que vou acabar lendo nem que seja só para falar mal. O meu futuro autor querido ou odiado, se chama David Lagercrantz, ele assinou contrato com a Norstedts e a previsão é que o novo livro seja lançado em agosto de 2015. Segundo a reportagem que saiu no site do Estadão: “o novo autor disse que se sentiu cético com a ideia de escrever o quarto livro, mas que mudou de ideia quando leu os primeiros romances. ‘Senti que esses personagens, Blomkvist e Salander, mereciam uma vida mais longa’.”

Money e direitos autorais

[Ainda no Estadão] A diretora de publicações da Norstedts, Eva Gedin, disse que o novo livro será uma obra original e não terá nada do que Stieg Larsson começou a escrever para o quarto romance da série, mas que acabou não finalizado quando morreu aos 50 anos, após uma parada cardíaca. O pai e o irmão de Larsson, Erland e Joakim Larsson, são os donos dos direitos autorais, mas a mulher de Larsson trava na justiça um processo para ter direito a uma parte também. “Eva e Larsson foram parceiros por mais de 30 anos, mas nunca se casaram. O escritor não deixou um testamento, assim seu pai e irmão herdaram os direitos da obra. Ela disse ao jornal Aftonbladet que o novo livro é “de muito mal gosto” por tentar fazer mais dinheiro de algo que já tem tanto sucesso. “Acho que é ganância, que é uma indústria multimilionária”, afirmou”. Será que Larsson está se revirando no túmulo e é tudo para ganhar mais dinheiro? É claro que é pra ganhar mais dinheiro, capitalismo selvagem, mas pode ser que o resultado seja bom e depois que ler eu falo aqui.

Sinopse de Os homens que não amavam as mulheres (para quem inda não leu ficar com vontade de ler logo):

“Os Homens que não Amavam as Mulheres” é um enigma a portas fechadas – passa-se na circunvizinhança de uma ilha. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada – o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. Quase quarenta anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mas as inquirições de Mikael não são bem-vindas pela família Vanger. Muitos querem vê-lo pelas costas. Ou mesmo morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados – de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois… até um momento presente, desconfortavelmente presente.

Millenium nas telonas

Vale lembrar que o filme já foi adaptado para o cinema duas vezes, uma versão sueca que já deu conta dos 3 livros e uma hollywoodiana baseada no primeiro, com Daniel Craig e Rooney Mara. Eu gostei das duas adaptações! Não cortaram os pontos difíceis de digerir característicos do livro, embora o livro ainda seja mais sombrio.

Jane Austen

oepOutra autora que já teve seus personagens bem “usados” é Jane Austin, uma das minhas autoras favoritas, já ganhou “continuações”, releituras e até já virou personagem de livros variados. As duas releituras no mínimo mais curiosas que já vi são: Orgulho e Preconceito e Zumbis de Seth Grahame-Smith e Razão e Sensibilidade e monstros marinhos de Ben H. Winters. Confesso que acho a ideia muito louca, e nunca me atraiu para ler. Um amiga que ainda é mais fã do que nem conseguiu acabar de ler o dos zumbis e e disse: “as personalidades são muito diferentes e basicamente tudo ela pensa é “ui vou pegar e resolver na espada….arracaria a cabeça do darcy na espada.” Continuo sem vontade de ler. Leiam e me contem o que acharam.

Ainda tem outros livros como Jane Austin a Vampira (medo) em que como diz o nome coloca a autora como uma personagem vampiresca, de Michael Thomas, tem uma paródia chamada Cinquenta Tons do Sr. Darcy da Emma Thomas (sim tem de tudo mesmo e é bem tosco, já li o começo, é só para rir mesmo, não da nem para levar a sério) e um outro que realmente me deixou interessada: Morte em Pemberley de P. D. James. Porque é um romance policial, gosto muito, e a autora é premiada, já tem muitos livros do gênero. Quero ler!

Sinopse: O ano é 1803. Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy já estão casados, tiveram dois filhos e sua felicidade na imponente propriedade rural de Pemberley parece inabalável. Mas a paz do lugar é ameaçada quando, na noite da véspera do baile anual de Pemberley, Lydia, uma das irmãs Bennet, chega à mansão gritando que o marido, George Wickham, foi assassinado na floresta. Com este ponto de partida, P.D. James retoma o universo do clássico Orgulho e preconceito, de Jane Austen, numa trama de assassinato em que nada é o que parece (mais).

* Esse livro acabou de ganhar uma série de TV com o mesmo nome.
Quais livros você já leu e são releituras ou continuações feitas por outros autores? Gostou, não gostou? Conta para mim!