Hoje, 27 de janeiro, é o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
“Todos os anos, no aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz, relembramos as vítimas do Holocausto. Recordamos o sofrimento de milhões de pessoas inocentes, e realçamos os perigos do anti-semitismo e ódio de qualquer espécie”, afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
É muito importante termos consciência do que foi o holocausto e de que ideias, preconceitos, medos e violência levadas ao extremos podem chegar a isso. Somos todos iguais e horrores como esse nunca podem se repetir. Devemos ser totalmente contra a qualquer tipo de segregação, seja pelo motivo que for. E ficar sempre de olhos abertos, para aberrações como os grupos neonazistas e pessoas racistas que humilham e discriminam os outros. Os livros são o melhor caminho para o esclarecimento, sendo assim uma lista de livros sobre o assunto, evitei biografias de Hitler porque não é o foco dessa seleção mesmo.
Sinopse – A Menina que Roubava Livros – Markus Zusak
Quando a Morte conta uma história,
você deve parar para ler.
A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, porém surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los em troca de dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. Essa obra, que ela ainda não sabe ler, é seu único vínculo com a família. Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a cumplicidade do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que a ensina a ler. Em tempos de livros incendiados, o gosto de roubá-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito.
A vida na rua Himmel é a pseudorrealidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um jovem judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela história. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa desse duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto — e raro — de crítica e público.
*Um dos livros mais perfeitos e emocionantes que já li, um dos meus autores favoritos. Esse livro faz a gente chorar baldes, é de uma sensibilidade absurda. (Quem gosta do Zusak tem que ler Eu sou o mensageiro)
E também essa entrevista bem bacana.
Trailer do filme: http://www.youtube.com/watch?v=tJ4ja3_r9pU
A bibliotecária de Auschwitz – Antonio G. Iturbe
Esse livro foi uma adorável descoberta, principalmente lendo depois a história do encontro do autor com Dita e sabendo do horror que foi o Holocausto, uma lição de vida e de história. Sinopse: Um emocionante romance baseado na história verídica de uma jovem checa, a bibliotecária do Bloco 31, de Auschitwz – Dita Dorachova – com quem o autor teve oportunidade de falar e que resgata do esquecimento uma das mais comoventes histórias de heroísmo cultural. Auschwitz-Birkenau, o campo do horror, infernal, o mais mortífero e implacável. O Bloco 31 tinha 500 crianças, e neste lugar onde os livros eram proibidos, a jovem Dita escondia todas as noites os frágeis oito volumes da biblioteca mais pequena, recôndita e clandestina que jamais existiu. Resenha
Sinopse – O Menino do Pijama Listrado – John Boyne
Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.
* Ainda não sei como não li esse livro, sou grande fã do John Boyne, amo! Acho que é porque já me contaram o final, ainda vou ler… (Recomendo dele: O Palácio de Cristal, O garoto no convés, O pacifista (foda!)
Também tem filme:
http://www.youtube.com/watch?v=E9KzEb_ojfw
– Anne Frank editado por Otto Frank e Mirjam Pressler
“12 de junho de 1942 – 1° de agosto de 1944. Ao longo deste período, a jovem Anne Frank escreveu em seu diário toda a tensão que a família Frank sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim de muitos dias de silêncio e medo aterrorizante, eles foram descobertos pelos nazistas e deportados para campos de concentração. Anne inicialmente seguiu para Auschwitz e mais tarde para Bergen-Belsen.”
Sinopse – Olga – A vida de Olga Benário Prestes, judia comunista entregue a Hitler pelo governo Vargas – Fernando Morais
A obra fala sobre a vida de Olga Benário alemã, judia e comunista, que se envolveu com Luís Carlos Prestes. Ela veio ao Brasil para lutar com ele pelos ideais comunistas. Acabou sendo presa e deportada grávida para a Alemanha pelo governo brasileiro, tendo como presidente Getúlio Vargas. Morreu numa câmera de gás de um campo de concentração em 1942.
* Clássico dos clássicos.
Sinopse – Depois de Auschwitz – O emocionante relato de uma jovem que sobreviveu ao holocausto – Eva Schloss
Em seu aniversário de quinze anos, Eva é enviada para Auschwitz. Sua sobrevivência depende da sorte, da sua própria determinação e do amor de sua mãe, Fritzi. Quando Auschwitz é extinto, mãe e filha iniciam a longa jornada de volta para casa. Elas procuram desesperadamente pelo pai e pelo irmão de Eva, de quem haviam se separado. A notícia veio alguns meses depois: tragicamente, os dois foram mortos. Este é um depoimento honesto e doloroso de uma pessoa que sobreviveu ao Holocausto. As lembranças e descrições de Eva são sensíveis e vívidas, e seu relato traz o horror para tão perto quanto poderia estar. Mas também traz a luta de Eva para viver carregando o peso de seu terrível passado, ao mesmo tempo em que inspira e motiva pessoas com sua mensagem de perseverança e de respeito ao próximo – e ainda dá continuidade ao trabalho de seu padrasto Otto, pai de Anne Frank, garantindo que o legado de Anne nunca seja esquecido.
Sinopse – A lista de Schindler – Thomas Keneally
A história verdadeira deste homem que enfrentou perigos inacreditáveis e sacrificou tudo o que possuía, colocando em jogo a própria liberdade, para salvar mais de mil pessoas. Partindo dos testemunhos dos Schindlerjuden – os judeus de Schindler -, Thomas Keneally compôs um romance notável e comovente, que retrata a coragem, a generosidade e a perspicácia de um herói em meio às cinzas do holocausto. Escrito com paixão, mas também com absoluta fidelidade aos fatos, A Lista de Schindler valeu a seu autor o cobiçado Prêmio Booker, da Inglaterra. Levado às telas com grande sucesso por Steven Spielberg, foi eleito o melhor filme de 1993 pela Associação dos Críticos de Nova York e de Los Angeles.
* Clássico dos clássicos.
Trailer do filme:

http://www.youtube.com/watch?v=93k16-EI2dM
Sinopse – O Leitor – Bernhard Schlink

Michael tem somente 15 anos quando conhece Hanna, uma mulher 21 anos mais velha. É o início de uma delicada relação amorosa, marcada por pequenos gestos e rituais. A leitura de clássicos de Tolstói, Dickens e Goethe precede os encontros. Ao longo de meses, o casal repete essas cerimônias, interrompidas pelo súbito desaparecimento de Hanna. Sete anos depois, Michael, estudante de direito, é convidado a tomar parte em um julgamento contra criminosos do regime nazista. Ele descobre que uma das acusadas é sua antiga amante, o que o lança a um vórtice de culpa e piedade.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=I50ZKFCqr8g
Sinopse – Resistência – A história de uma mulher que desafiou Hitler – Agnès Humbert
No verão de 1940, quando a ocupação nazista na França se tornou irremediável, a vida da historiadora de arte Agnes Humbert tomou um rumo surpreendente. Inconformada com a dominação nazista, movida por uma coragem ímpar e com o apoio de seus colegas do Museu do Homem em Paris, Agnès fundou um dos primeiros grupos da Resistência francesa. Durante quase um ano, ela e seus companheiros redigiram, imprimiram e distribuíram o jornal Résistance, além de panfletos e outros textos contra o governo de Vichy.
A rede de rebeldes do Museu do Homem, improvável porém eficiente, conquistaria um lugar de trágico destaque na história da Segunda Guerra Mundial. Em 1941, muitos dos seus membros, incluindo o carismático líder Boris Vildé e a própria Agnès, foram traídos por um espião e entregues à Gestapo. Presos, sete dos homens foram condenados à morte e executados por um pelotão de fuzilamento. As mulheres foram deportadas para a Alemanha como trabalhadoras escravas. Em “Resistência”, esses eventos são descritos com um imediatismo pulsante, que percorre cada página do diário secreto de Agnès, publicado inicialmente na França em 1946 e depois esquecido. Até a sua captura, nos primeiros meses de 1941, Agnès registrou os fatos dia após dia, e suas anotações nos permitem acompanhar cada passo dos primórdios da Resistência. Feita prisioneira, ela não tinha mais como escrever em seu diário. Contudo, ao ser libertada em 1945, dedicou-se a repassar os fatos em sua memória para registrálos ainda no calor dos acontecimentos.
Sinopse – O Sobrevivente – Memórias de um Brasileiro que Escapou de Auschwitz
Aleksander Henryk Laks, 72, relata os sofrimentos inimagináveis aos quais foi submetido e conta como conseguiu a eles sobreviver. Seu calvário começou quando o exército nazista invadiu a Polônia, em setembro de 1939. A partir daí, sua vida e de sua família transformou-se numa luta diária pela sobrevivência. Aleksander , deparou-se com amigos e parentes amarrados ou enforcados no alto de postes da sua cidade natal, Lodz, e viu soldados alemães arrancarem as barbas de judeus com as mãos, deixando suas faces em carne viva. No entanto, este foi apenas o começo da série de crueldades impingidas aos judeus. Levados para diversos campos de concentração, Aleksander viu sua mãe pela última vez ao descer do trem que os levou para Auschwitz, lugar onde viveu os momentos mais torturantes da sua vida. Uma das torturas mais comuns era o método número 25. Os judeus eram amarrados de bruços em cavaletes e espancados nas costas com pedaços de pau, esmigalhando os rins que saiam junto com o sangue através dos poros. Depois de ver sua mãe caminhar para a câmara incineradora, assistiu a morte de seu pai que não resistiu às semanas de caminhada na chamada “Marcha da Morte”, de mais de 500 quilômetros, entre vários campos de concentração. Dos 600 prisioneiros que partiram de Auschwitz, apenas 50 sobreviveram. E novamente Aleksander estava entre eles. A redenção veio junto com a chegada do exército aliado. Aleksander foi salvo pelas tropas que interceptaram o trem que o levava de um campo de concentração para outro. A certeza de que seu calvário teria fim veio na forma de um copo de leite quente, entregue por um soldado aliado. Aleksander Henryk Laks tem 72 anos e vive em Copacabana no Rio de Janeiro. Atualmente, é consultor histórico da mini-série da TV Globo, Aquarela do Brasil.
Sinopse – Apátrida – Ana Paula Bergamasco
Ganhador do Codex de Ouro 2011: Melhor drama. “Uma pequena vila na Polônia. Uma menina repleta de vida. Um encontro. Vidas Ceifadas. Sonhos Destruídos. Infâncias Roubadas. As recordações da personagem Irena amarram o leitor na História do Século XX. Baseado no estudo dos fatos que marcaram a época, o palco da narrativa é a conturbada Europa pós Primeira Guerra Mundial, culminando com a eclosão da Segunda Grande Guerra e a destruição que ela provocou na vida de milhões de pessoas. A narradora conduz a exposição em primeira pessoa, e remete o leitor a enxergar, através de seus olhos, o cotidiano a que ficou submetida. É um relato humano, sincero e envolvente que revela a passagem da vida infantil feliz da menina, para o tumulto da existência adulta, cheia de contradições.”
Sinopse – O Reencontro – Fred Uhlman
O reencontro é uma história de uma devoção intensa e inocente entre dois jovens amigos que crescem juntos no interior da Alemanha e são separados pela ascensão do nazismo. Para a família de Hans Schwarz, judeu, a perseguição é temporária, passará como uma doença. Na cômoda da mãe de Konrandin von Hohenfels, seu aristocrático amigo alemão, o retrato de Hitler tem lugar de destaque. Àquela altura da vida para eles o Holocausto era impensável. Escrito em 1960, não é um livro autobiográfico, embora contenha elementos de vida do autor.
Sinopse – Os Diários de Victor Klemperer – Testemunho Clandestino de um Judeu na Alemanha Názista – Victor Klemperer
Editados na Alemanha em 1995, estes Diários vão de 1933 a 1945. Descrevem a ação do nazismo no dia-a-dia e desmentem, por exemplo , que ninguem tivesse conhecimento de certas atrocidades: em 1942, havia indicações claras sobre os campos de exterminio. Victor Klemperer (1881-1960), judeu alemão convertido ao protestantismo, professor universitário de linguas e literaturas românticas, escreveu milhares de páginas sobre o tempo em que viveu. Pela honestidade intelectual, pelo senso humanistico e pela própria abrangencia das anotações, seus Diários foram imediatamente acolhidos como um testemunho único. E há neles uma dramaticidade própria: o leitor sabe que o autor sobreviveu, mas Klemperer vive e fixa cada momento como se fosse o último.
Sinopse – Amor e Lixo – Ivan Klíma
Sobrevivente de um campo de concentração nazista, o autor tcheco Ivan Klíma viveu a repressão comunista e sua obra esteve proibida na Tchecoslováquia durante vinte anos. Este romance revela o talento, a sensibilidade e o estilo impécável de Klíma, que, inspirado em sua própria experiência, narra a história de um escritor que se emprega como gari em Praga depois de ter seus originais sistematicamente rejeitados pelas editoras. O serviço de varrer ruas pode ser alvitante para alguns, repetitivo, mas tem suas compensações: a irreverência e a excentricidade de seus colegas, e uma nova perspectiva a partir da qual possa encarar a sociedade que lhe nega o direito de seguir sua verdadeira vocação. As recordações da infância do personagem pontuam este livro, que tem no amor o verdadeiro fio condutor da narrativa, e no lixo uma alegoria perfeita para o processo de aniquilamento da alma sob um regime.
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