Sinopse:
“Livrarias atraem o tipo certo de gente”. É o que descobre A. J. Fikry, dono de uma pequena livraria em Alice Island. O slogan da sua loja é “Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo”. Apesar disso, A. J. se sente sozinho, tudo em sua vida parece ter dado errado. Até que um pacote misterioso aparece na livraria. A entrega inesperada faz A. J. Fikry rever seus objetivos e se perguntar se é possível começar de novo. Aos poucos, A. J. reencontra a felicidade e sua livraria volta a alegrar a pequena Alice Island.
A sinopse parece bem simples e revela pouco sobre o tal “pacote”, das muitas possibilidades do que ele poderia ser, a escolhida pela autora me surpreendeu, então não vou contar! Mas é uma daquelas que podem causar uma mudança real na vida.
A vida o livreiro A.J. Fikry é um elogio, um carinho para todos que amam livros. Pessoas que amam ler, amam falar sobre os livros que leu, indicar livros. Eu como blogueira literária, gosto de me sentir um pouco livreira e não é uma ideia que me é estranha, se for para ter meu próprio negócio um dia é o que gostaria de ter, uma livraria.
E, no fim, não é que gosto de livrarias? Sabe, conheço muita gente nesse meu emprego. Muita gete passa por Alice Island, ainda mais no verão. Já vi gente do cinema de férias, e já vi gene da música, e gente de jornal também. Não tem ninguém no mundo como o pessoal dos livros. É um negócio de cavalheiros e damas.
Na história podemos ver como as pessoas que leem podem influenciar positivamente outras pessoas a lerem e que a caminhos para isso, como escolher o tipo de livro certo, e ir aos poucos abrindo esse novo mundo para quem não lê. Porque ler é uma “cachaça” né, quem toma como vício num larga mais. Ainda bem!
Porque um livro é diferente do outro? São diferentes, decide A.J., porque são. Temos que abrir muitos. Temos que acreditar. Concordamos com ocasionais decepções para ficarmos maravilhados de vez em quando.
Essa narrativa traz aquela sensação de um texto completo e redondinho, as situações que vão acontecendo durante a vida do livreiro A.J. e das pessoas que o cercam, são amarradas no final do livro, assim como os pequenos mistérios da trama. No livro o personagem principal começa com uma terrível perda, que o faz se fechar no seu casulo de livros, as primeiras pessoas que retomam o contato com ele tem que primeiro experimentar a rejeição para depois poderem conhecer quem é o A.J. de verdade, que nem ele mesmo conhecia. Depois do “pacote” ser entregue, ele é forçado a mudar de vida, e acaba abrindo uma brecha para as pessoas voltarem a fazer parte da vida dele e da livraria. Mesmo que tudo comece por curiosidade pela vida de A.J., quem disse que esse é um necessariamente um mal caminho? Não é assim que começamos a ler um bom livro? Por curiosidade?
Acho que fiquei mole depois da meia-idade. Mas também acho que minha nova reação está relacionada com a necessidade de encontrarmos histórias no momento certo de nossas vidas. Lembre, Maya: as coisas que nos tocam aos vinte não são necessariamente as que nos tocam aos quarenta, e vice-versa. Isso é verdade para livros e para a vida.
Os personagens do livro são todos muito cativantes, a narrativa não se restringe em A.J., mas também desperta nossa vontade de saber mais sobre seus amigos e ficar amigos deles também. Temos muitos diálogos sobre livros, mas todos muito divertidos e espirituosos, não um diálogo intelectual clássico. Além, de várias referências à personagens conhecidos e à outros que nem tanto, então o leitor pode descobrir várias indicações de romances e de contos (que são os favoritos de A.J.).
Sua mãe gosta de falar que os romances arruinaram Amelia para homens reais. O comentário insulta Amelia porque insinua que ela só lê livros com heróis românticos clássicos. De vez em quando até que curte, mas seu gosto literário é bem mais variado. Além disso, adora Humbert Humbert como personagem, mas aceita o fato de que não iria querê-lo como parceiro, namorado ou até como um casinho. Sente o mesmo por Holden Caulfield, sr. Rochester e Darcy.
O livro é antes de tudo muito sincero, as reações são muito humanas, amores, medos, receios e frustrações estão ali o tempo todo, numa vida que como a nossa não é um mar de rosas. Eu fiquei muito emocionada com o livro, me reconheci em muitas páginas. Fui dormir de madrugada até terminar de ler. Esse é um livro que você não quer que termine, mas ele é fininho, então você vê o fim chegando rápido, mas a autora soube aproveitar muito bem esse pequeno espaço. E cheguei ao fim com sensação de que tinha lido uma história enorme, porque ela me preencheu. EU poderia recomeçar a ler o livro, assim que vi as últimas linhas.
Na parte de trás da capa do livro, as famosas opiniões sobre o livro, dessa vez não são apresentadas por escritores famosos ou jornalistas, mas são os livreiros de quatro livrarias conhecidas que trazem a sua opinião. Achei de um cuidado bem legal.
Trecho do livro.
A autora
Gabrielle Zevin começou sua carreira de escritora aos 14 anos. Formada pela Universidade Harvard, é roteirista e A vida do livreiro A. J. Fikry é seu oitavo romance. Depois de muitos anos morando em Nova York, hoje vive em Los Angeles. Ainda não achei muito mais que isso sobre a autora, só em inglês no site gabriellezevin.com .
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