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Caixinhas da TAG: Outubro e Unboxing Novembro

 

Primeiras impressões sobre As Alegrias da Maternidade

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Nnu Ego, filha de um grande líder africano, é enviada como esposa para um homem na capital da Nigéria. Determinada a realizar o sonho de ser mãe e, assim, tornar-se uma “mulher completa”, submete-se a condições de vida precárias e enfrenta praticamente sozinha a tarefa de educar e sustentar os filhos. Entre a lavoura e a cidade, entre as tradições dos igbos e a influência dos colonizadores, ela luta pela integridade da família e pela manutenção dos valores de seu povo.

Estou amando a leitura, um livro de leitura fluida apesar da história triste. Nnu Ego já me fez querer saber tudo sobre ela e como achei interessante a história de seus pais. Um amor forte e ao mesmo tempo afetado pelas situações sociais.

Já percebi o questionamento na história sobre o papel da mulher na sociedade e como isso pode variar de acordo com as culturas. Na Nigéria Colonial esse papel era servir e reproduzir (ainda é um pouco) e a personagem nos revela isso com seu cotidiano e toda uma luta para ser mãe.

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{euLieVi} O conto da aia – Margaret Atwood

51X40Du9otL._SX331_BO1,204,203,200_Sinopse: Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump.

Sabe aquele livro que você fica pensando, não pode virar realidade, não pode virar realidade, please… É esse. Porque a história é baseada em questões extremamente atuais então esse cenário futuro horroroso não seria nem um pouco impossível em qualquer lugar do mundo. E isso assusta.

Mulheres sem direitos e ainda tendo que escutar que isso foi o melhor para elas já que antes elas eram exploradas e que agora podem ter o seu objetivo real, ter filhos, em paz e que não vão mais ser violentadas por ninguém já que agora estão protegidas. É como se aqueles argumentos que culpabilizam as vítimas de estupro ganhassem status de verdade absoluta e a função da mulher regredisse. Triste.

Um governo teocrático, em que as outras religiões são caçadas, as mulheres férteis são separadas para serem aias e terem filhos para os poderosos (porque devido a poluição o número de crianças cai drasticamente).  Em uma cerimônia para lá de louca, em que são obrigadas a se deixar violentar. Forçadas, separadas de suas famílias, tentam fazer quase que uma lavagem cerebral com elas e o medo incutido da morte ou de serem mandadas para um lugar horrível é tão forte que elas não podem confiar nem umas nas outras.

Andam sempre em pares mas não podem ser amigas, nem conversar muito e ainda usam uma viseira que tapa parcialmente a visão e elas só podem olhar para o chão. Só saem para fazer compras, as cerimonias oficiais, expurgos que presenciam, ou quando uma vai parir..essa é a vida de uma aia que acompanhamos em 1ª pessoa e que nos sensibiliza e desespera. Acompanhamos também lembranças de seu passado, sua família e o que aconteceu no mundo. Há uma curiosidade divida entre saber como as coisas ficaram dessa forma, os detalhes e o futuro do que vai acontecer com a nossa aia que acabou esbarrando com uma forma de resistência.

A adaptação criada pela Hulu é uma das melhores adaptações de todos os tempos. Impressionante como o roteiro é bom, tudo que foi adicionado na história foi para que essa crescesse. Tem mudanças, mas são mudanças para a melhor (pelo menos a maioria). Mostra que uma adaptação não precisa ser idêntica ao livro, já que não é nem possível, mas que pode respeitar o livro e seus personagens e entregar até mais. Como o livro é em primeira pessoa estamos de certa forma limitados ao que a personagem principal sabe e ela que foi logo presa não sabe o que aconteceu com vários outras, também não tem detalhes políticos muito profundos, e a série explora tudo de forma brilhante. Ainda contando mais sobre a vida dos outros personagens e alimentando nossa curiosidade. E vai ter continuação!

Confira mais das minha opiniões no vídeo:

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De volta no canal! Livros lidos no 2º trimestre ;)

Quem acompanha o Eu li ou vou ler deve ter notado minha ausência, mas tive grandes motivos para isso 😉 E no vídeo de hoje eu falo deles e das leituras que foram feitas em abril, maio e junho (bora recapitular!).

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Contos de Guimarães Rosa no vestibular da UERJ

imagesOi pessoal, desculpe o sumiço, estou num momento complicado, mas pretendo ir voltando aos poucos! O post de hoje é sobre os contos A Terceira Margem do Rio e O Espelho de Guimarães Rosa, presentes no livro Primeiras Estórias, que serão cobrados na primeira fase do 1º Exame de Qualificação do Vestibular da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), no domingo. Apesar da prática ser comum nos vestibulares paulistas, há muito tempo isso não acontecia em uma prova para uma universidade no Rio. A lista traz ainda outros livros que serão cobrados em outras etapas, de autores como Clarice e Saramago. Então fica aqui uma ajudinha 😉

O conto A Terceira Margem do Rio (leia completo aqui) conta a história de uma família separada por um rio. O narrador é um dos filhos, não são apresentados os nomes dos personagens, e ele conta como um dia, misteriosamente, seu pai encomendou uma canoa e partiu nela sem explicar nada a ninguém. Na verdade, o pai passa a habitar o rio, que corre próximo a casa, subindo e descendo sem jamais colocar o pé em terra novamente. O filho ainda conta como se portaram os outros membros da família, a dúvida sobre a loucura ou lucidez, como ele furtava para alimentar o pai e porque acabou ficando para trás para cuidar dele a distância. E até a dúvida de qual seu papel nisso e se deveria assumir seu lugar.

Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a invenção de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio, sempre dentro da canoa, para dela não saltar, nunca mais.

Já O Espelho (conto completo aqui) é um conto bem mais complexo, o seu começo causa até um estranhamento no leitor. O narrador, sobre o qual sabemos muito pouco (também sobre o lugar que ele vive não se sabe nada), convida o leitor a “seguir-lo” e saber sobre uma “experiência” que ele passou. Dessa forma, se comunica diretamente com o leitor. E começa a indagar se o que vimos no espelho pode ser real, ou ao menos próximo do real, já que nem mesmo nossos olhos são confiáveis. O autor mistura termos técnicos com explicações simples.

Se quer seguir-me, narro-lhe; não uma aventura, mas experiência, a que me induziram, alternadamente, séries de raciocínios e intuições. Tomou-me tempo, desânimos, esforços. Dela me prezo, sem vangloriar-me. Surpreendo-me, porém, um tanto à-parte de todos, penetrando conhecimento que os outros ainda ignoram. O senhor, por exemplo, que sabe e estuda, suponho nem tenha ideia do que seja na verdade — um espelho? Demais, decerto, das noções de física, com que se familiarizou, as leis da óptica. Reporto-me ao transcendente. Tudo, aliás, é a ponta de um mistério. Inclusive, os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo.

O narrador não acredita em superstições, mas um dia viu no espelho uma figura que o assustou e aterrorizou, e para sua surpresa era ele mesmo. Assim, ele passou a buscar essa imagem nos diversos espelhos e nas diversas posições, chegando até a perder o próprio reflexo. Uma grande analogia sobre o que pensamos sobre nós mesmos e como chegar a um conhecimento profundo da própria alma, a cada passo de sua busca as máscaras vão caindo até sobrar

Próximas provas da UERJ em 2017:

– 2º Exame de Qualificação: A hora da estrela, de Clarice Lispector;

– Exame Discursivo (Prova de Língua Portuguesa Instrumental): Dom Casmurro, de Machado de Assis;

– Exame Discursivo (Prova específica de Língua Portuguesa e Literaturas): Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, e Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago;

Questões de vestibular (respostas no final do post)

(UFRN-RN) O fragmento textual que segue, retirado da narrativa A terceira margem do rio, de João Guimarães Rosa, servirá de base para esta questão..

Sou homem de tristes palavras. De que era que eu tinha tanta, tanta culpa? Se o meu pai, sempre fazendo ausência: e o rio-rio-rio — o rio — pondo perpétuo [grifo nosso]. Eu sofria já o começo da velhice — esta vida era só o demoramento. Eu mesmo tinha achaques, ânsias, cá de baixo, cansaços, perrenguice de reumatismo. E ele? Por quê? Devia de padecer demais. De tão idoso, não ia, mais dia menos dia, fraquejar o vigor, deixar que a canoa emborcasse, ou que bubuiasse sem pulso, na levada do rio, para se despenhar horas abaixo, em tororoma e no tombo da cachoeira, brava, com o fervimento e morte. Apertava o coração. Ele estava lá, sem a minha tranqüilidade. Sou o culpado do que nem sei, de dor em aberto, no meu foro. Soubesse — se as coisas fossem outras. E fui tomando idéia.
ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1976.

No quadro do Modernismo literário no Brasil, a obra de Guimarães Rosa destaca-se pela inventividade da criação estética.
Considerando-se o fragmento em análise, essa inventividade da narrativa roseana pode ser constatada através do(a):

  • (A) recriação do mundo sertanejo pela linguagem, a partir da apropriação de recursos da oralidade.
  • (B) aproveitamento de elementos pitorescos da cultura regional que tematizam a visão de mundo simplista do homem sertanejo.
  • (C) resgate de histórias que procedem do universo popular, contadas de modo original, opondo realidade e fantasia.
  • (D) sondagem da natureza universal da existência humana, através de referência a aspectos da religiosidade popular.
  • E) Todas as afirmativas são corretas.

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Com relação a leitura do texto acima e do resumo do conto O espelho, de Guimarães Rosa, assinale a alternativa incorreta

a) a partir da posição do narrador, no texto, infere-se que a superstição pode ser um ponto de partida para estudos.
b) Em “A alma do espelho – anote-a – esplêndida metáfora.” (linha 4), se os travessões forem substituídos por vírgulas, o sentido original da oração não sofre alteração e ela ainda continua dentro do padrão formal de escrita.
c) O autor procura atribuir ao espelho características enigmáticas, valendo-se da escolha semântica de vocábulos e de expressões.
d) Do período “serviam-se deles, como da bola de cristal, vislumbrando em seu campo esboços de futuros fatos, não será porque, através dos espelhos, parece que o tempo muda de direção e de velocidade?” (linhas 8, 9 e 10) pode-se inferir uma ligação à magia, aos mistérios representados pelo espelho.
e) Na oração “O espelho inspirava receio supersticioso aos primitivos” (linhas 1 e 2), a expressão destacada, sintaticamente, classifica-se como complemento nominal.

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Considere as seguintes afirmações sobre “O Espelho”, conto de Guimarães Rosa.

I – Ele aborda o tema do duplo ao colocar como protagonista um personagem cindido entre a aparência externa e a natureza íntima.
II – Ele sublinha a rejeição da máscara, simbolizada pela “feiúra” projetada no espelho, e a necessidade de busca do autêntico Eu.
III – Nele, o renascer do protagonista decorre de sua escolha pela solidão e de sua aceitação do sofrimento.

Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Gabarito: A, E, B, E

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[BEDA] O que tem na prateleira? [Ingleses e outros]

Oi pessoal! BEDA quase chegando ao fim, hoje encerramos o O que tem na prateleira?, tá na hora de mostrar os últimos cantinhos e livros.

N18197980_1476624295744886_2122644767_nesse nicho estou deixando espaço para os autores ingleses, quero ter outros livros do Dickens, Jane Austen… por isso posso deixar espaço aqui para depois. Esse nicho também é complicado que muitos livros não cabem pela altura. Estão aqui:

->O roxinho é A Abadia de Northanger da Jane Austen aí também está Orgulho e Preconceito (meu favorito dela – resenha). Já li outros da autora e gosto muito.

-> Dois livros do Bukowski: Misto-quente (que já li e é bem ácido – resenha) e Ao sul de lugar nenhum que ainda não li.

->A Utopia de Thomas Mann (ainda não li) e duas peças de Shakespeare  (quero ter as outras um dia) que gosto muito: Antônio e Cleópatra e o Mercador de Veneza.

-> O Morro dos Ventos Uivantes (resenha) é um livro muito interessante, com personagens que a gente ama e odeia ao mesmo tempo, da Emily Brontë. Ainda quero ler os livros escritos por suas irmãs, principalmente Jane Eyre.

-> A edição mais bonita desse cantinho, com certeza é a de David Coperfild do Charles Dickens, ainda não li, mas dele já li Grandes Esperanças (resenha) e é um livro incrível.

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Em cima da mesa do computador estão os livros que não se encaixam em outro lugar, ou eu ainda não li e não sei se é bom, ou estou lendo também. É a parte mais misturada. Eu fiz dois apoios para eles ficarem em pé e ensinei como fazer nesse post (aqui). Temos aqui:

-> Os livros do John Green, eu mesma fiz um box para eles com a caixa que ganhei no lançamento do filme Cidades de Papel. Dentro estão O Teorema Katherine, Deixe a neve cair (dele com outras duas autoras), Quem é você, Alasca?, A culpa é das estrelas e Cidades de Papel. Os que mais gosto são A culpa e Alasca, o que menos gosto Cidades (apesar do filme ser bem legal).

-> A graça da coisa da Martha Medeiros, é um livro de crônicas que ainda estou lendo.

-> Cela sem portas que deveria estar na parte policial do Marcel Trigueiro (corrigirei), uma ótima dica para quem quer ler mais autores nacionais (resenha).

-> A trilogia Cinquenta Tons de Cinza (todo mundo tem direito de ler umas  bobeiras às vezes hahah) da E.L. James

-> O azarão do Markus Zusak que não gostei (nem li as continuações da trilogia) e Eu sou o mensageiro que é dele também e amo.

Sinopse: Ed Kennedy leva uma vida medíocre, sem arroubos. Trabalha, joga cartas com cúmplices do tédio, apaixona-se por uma amiga que dorme com todos os vizinhos do subúrbio e divide apartamento com um cão velho. O pai alcoólatra morreu há pouco; a mãe parece desprezá-lo. Certo dia, ele impede um assalto a banco e é celebrizado pela mídia. O ato heróico tem conseqüência. Logo depois, Ed recebe enigmáticas cartas de baralho pelo correio: uma seqüência de ases de ouros, paus, espadas, copas, cada qual contendo uma série de endereços ou charadas a serem decifradas. Após certa hesitação, rende-se ao desafio. Misteriosamente levado ao encontro de pessoas em dificuldades, devassa dramas íntimos que podem ser resolvidos por ele.

-> O Extraordinário (quero ler logo antes que o filme saia)

> A vida do livreiro A.J. Fliker que é uma fofura de história (amei) da Gabrielle Zevin (resenha).

-> Muito prazer, eu sou a morte do Jorge Oliveira recebi em parceria com a Chiado (preciso ler logo).

-> Outro dia que eu ganhei num evento da Record e preciso comprar para ter os dois e aí sim ler o Todo Dia que vem primeiro nessa duologia do David Levithan.

-> Resgate de Amor de Carlos Augusto Segatto é um livro infanto-juvenil bem bacana que mistura romance policial com uma história de amor, li tem muitos anos.

-> Por um fio do Drauzio Varela que ganhei num amigo oculto e nunca li (preciso ler).

-> O leitor do trem das 6h27 de Jean-Paul Didierlaurent é uma história muito fofa também gostei (resenha).

18216972_1476623502411632_1085062381_nNesse outro apoio temos:

-> Um dia do David NIicholls (que não curti muito),

-> A garota que você deixou para trás da Jojo Moyes (ainda não li) e Como eu era antes de você (que amei).

-> Uma longa jornada do Nicholas Sparks, que lerei em breve para ver se gosto, apesar de ter certo preconceito (foi presente).

-> Outros livros que ganhei da Record e sei pouco sobre: O que fez minha melhor amiga (Lucy Dawson), Como dizer adeus em robô (Natalie Standiford). E Homens, Mulheres e Crianças de Chad Kultgen (que já me falaram muito bem do filme).

-> Um certo verão na Sicília (Marilena de Blasi), li e acho que gostei na época, apesar de não me lembrar muito bem.

-> Livros da Hoo editora que amei (LGBT): O livro das coisas que nunca aconteceram (Ana Luiza Savioli – resenha), Volto quando puder (Isa Próspero e Márcia Oliveira – resenha), Torta de Climão (HQ de Kris Barz).

-> Outros dois livros da Chiado que ainda não li: A bela e os lobos (Alexa L.D.) e 9 e um Quarto (João Gonçalvez).

Confira as prateleiras anteriores: Fantasia, Romances Históricos, Suspense e Clássicos e Contemporâneos.

Beijos!