Oi pessoal, hoje eu vim compartilhar com vocês algumas adaptações de livros que eu gosto, tanto para o cinema quanto para a televisão ou web. Nós sabemos que quando gostamos muito do livro exigimos grande fidelidade dos filmes e séries.
Orgulho e Preconceito
Esse livro é um dos meus favoritos, e eu sou apaixonada pela adaptação de 2005 com o Matthew MacFadyen e Keira Knightley vivendo Mr. Darcy e Lizzie que me encanta até hoje.
A menina que roubava livros
Eu gosto muito desse livro e da adaptação, principalmente da forma natural como fizeram a atriz Sophie Nélisse envelhecer ao longo do filme e de todo a sensibilidade que ele passa.
A culpa é das estrelas
Achei a adaptação perfeita, os dois filmes inspirados nos livros do John Green são muito bons, acredito que pela influência do próprio na produção. A culpa é bem fiel ao livro, e o Gus é tão fofo.
Do Inferno
Depois que eu li a grande HQ From Hell do Allan Moore, eu logo corri para assistir a adaptação com Johny Depp. A dinâmica do filme é bem diferente da história original, mas eu gostei do resultado.
Novembro de 63
A série 11.23.63 produzida pela Honolulu, baseada na obra incrível do Stephen King, ficou muito bacana, tem algumas mudanças mas todas bem compreensíveis. O principal está na série, que é estrelada por James Franco.
Misery
Outra adaptação de King, essa história é muito tensa em ambos. E a atriz Kathy Bates ganhou um Oscar pela sua atuação como Annie Wilkes.
Rainha Branca
A série The White Queen (BBC) foi inspirada no livro da Philippa Gregory A Rainha Branca que conta a história da Guera das Rosas na Inglaterra. A adaptação também traz detalhes contados em A Rainha Vermelha da mesma série da autora.
Sherlock
Ahh eu tenho um xodó enorme por essa série (BBC), que só ficou maior depois que eu li os livros do Cona Doyle. Os episódios acontecem nos dias de hoje então trazem aventuras novas para Sherlock e Watson, mas são repletos de referências aos livros (muitas mesmo).
Os homens que não amavam as mulheres
O filme baseado no primeiro livro da série Millenium de Stieg Larsson é muito bem feito, a atriz Roony Mara é uma Lisbeth incrível. Infelizmente as últimas notícias é que ela não deve aparecer no próximo filme (que aparentemente será baseado no livro novo que foi escrito por outro autor). Existe uma versão sueca bem bacana também para cada um dos livros da trilogia.
A vida Secreta das Abelhas
Eu só fui descobrir o filme bem depois da leitura, e gosto de ambos <3. O livro é da Sue Monk Kidd.
O menino do Pijama listrado
Eu demorei muito para ler esse livro e ver o filme, porque já sabia o final. Eu fiz o caminho inverso na obra do John Boyne, e apesar desse não ser o meu livro favorito, é um livro muito bom. O filme não fica atrás.
Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai.
Eu enrolei um pouco para ler O menino do pijama listrado livro, acho que porque já sabia o final, falei para minha irmã me contar anos antes de descobrir o autor, John Boyne, como um dos meus favoritos e saber mais sobre o livro. A sinopse é bem clara sobre a história. Acredito que quase todo mundo já tenha ouvido falar desse livro premiado, um dos primeiros de grande sucesso do Boyne, que escreveu em dois dias essa história curta e profunda (algo que o autor faz muito bem).
Nesse livro vemos várias faces do nazismo, o próprio Fuher (ou Fúria como Bruno chama) aparece na história, indo jantar na casa da família para promover e “convidar” o pai do menino para dirigir o campo de concentração de Auschwitz. Bruno não sabe nada sobre os judeus, sobre o campo, o que eles fazem e porque estão lá.
_ e eram todos sempre muito educados com o pai e diziam que ele era um homem para ser observado e qu o Fúria tinha grandes planos para ele.
É só disso que se fala, se é que você sabe. O trabalho do papai isso e aquilo. Bem, se o trabalho do meu pai significa que temos de mudar da nossa casa, para longe do corrimão-escorregador e dos meus três melhores amigos, então acho que meu pai devia pensar duas vezes a respeito do trabalho dele não acha?
Ele é uma criança preocupada em brincar e ter a atenção dos pais (bem típica), custa a perceber o que passa ao seu redor, até descobrir pessoas por trás da cerca a quilômetros da sua casa ha não só pessoas mas também crianças.
O autor provoca o leitor com um verdadeiro choque de realidade ao comparar nos diálogos de Shmuel e Bruno como suas infâncias são diferentes, e como Bruno sabe pouco e acredito que ele representa muitos alemães sobre o que acontece no campo.
Bruno tem um pai bastante rude, a quem todos dizem que ele deve admirar o trabalho mas nunca se preocupam em explicar o que o pai faz no escritório que ele é proibido de entrar. Ele também tem uma irmã mais velha, da qual não compreende os atos. Sua ligação melhor é com a mãe, que estressada com a nova rotina e a solidão na casa nova também acaba o deixando um pouco de lado. Esse quadro só aumenta a necessidade de Bruno ter um amigo e Shmuel apesar de todas as estranhezas que representa para Bruno entra nesse papel.
O pano histórico é tratado como sempre de forma perfeita por Boyne, temos vários personagens que exemplificame destacam o que foi o nazismo, mesmo que o nosso personagem principal não compreenda. E o final apesar de arrancar lágrimas de quase todo mundo (principalmente no filme) é criativo e perfeito para a história.
O filme
Eu gostei muito do filme que assisti e recomendo, só não gostei que fizeram um pai bem mais a meno do que no livro. Mas também deram mais cor aos outros personagens, é mais fácil compreender a mãe no filme, embora suas motivações estejam um pouco diferentes. No filme ela se abala claramente ao descobrir que o judeus estavam sendo queimados, o que no filme ficou muito bom e até enfrenta o pai (o que não acontece no livro). Dificultaram bem mais as saídas de Bruno da casa também do que no livro. Mas é uma ótima adaptação.
Outras resenhas sobre livros do John Boyne aqui no blog:
Continuando a mini maratona para comemorar os 125 anos da Agatha Christie, hoje vou falar de dois livros que ela escreveu com o personagem Hercule Poirot. Ele é o personagem mais famoso de Agatha Christie, seu primeiro detetive, e o que aparece em mais livros da rainha do crime. Poirot tem características muito peculiares, é belga e veio morar na Inglaterra, tem um bigode famoso, é cheio de métodos, desvenda os crimes principalmente a partir de deduções em cima do que as pessoas envolvidas falam. Faz várias perguntas teste e é capaz de perceber pistas que ninguém mais consegue.
O misterioso caso de Styles
Esse é o primeiro livro que Agatha escreveu, em 1920, nele ela introduziu não só Poirot mas também os personagens Arthur Hastings (aspirante a detetive) e o Chief Inspector Japp da Scotland Yard. O desejo da autora de escrever esse primeiro livro veio do desafio de sua irmã que disse que era impossível que o leitor só soubesse no final quem era o assassino, característica presente sempre nos livros da autora. E ela teve grnde sucesso na empreitada, na história todos sãos suspeitos e a dúvida permanece até o final.
Sinopse: O caso Styles começa quando uma aristocrata inglesa morre trancada em seu quarto, vítima de um aparente ataque cardíaco. A coisa ficaria por aí, não fosse a suspeita de envenenamento levantada pelo médico da família.
Resolvi ler esse livro por ser o primeiro, desde o começo o envenenamento fica claro, mas não como aconteceu e quem envenenou a senhora. A autora levanta tantas pistas e suspeitas que em vários momentos o detetive se coloca em dúvida. E o leitor é bem enganado também.. O detetive belga foi convidado a resolver o caso pelo amigo Hastings que é quem narra a história e amigo da família (estava hospedado com eles), já Poirot estava na cidade em uma casa com outros belgas (refugiados da guerra). Conhecendo Poirot, Hastings achou que ele era o melhor para desvendar o assassino, mas em muitos momentos vai desconfiar da investigação de Poirot por não conseguir acompanhar o raciocínio de seu mestre, sua vaidade de também querer ser detetive o faz achar que poderia superar Poirot (tolinho, espero que nos outros livros ele perca isso).
Em alguns momentos achei que a história enrolou um pouco, dá para ver a evolução de Agatha como escritora de mistérios se comparamos com outros livros, esse é cheio de vaivéns e as mesmas pistas são repassadas muitas vezes. Mas Poirot para mim é um dos melhores detetives já criados, que sabe usar a “massa cinzenta”, como ele diz, como ninguém. E especialista em ver a verdade através de detalhes que a princípio podem aparecer não fazer sentido nenhum, o leitor só sabe que faz sentido por eles serem levados em conta por Poirot. Nesse livro ele é bem reservado por não confiar no que os outros possam fazer com suas descobertas, e muitas das suas atitudes são feitas para que o bandido não fuja. Temos um Poirot bem ativo, que faz viagens rápidas e pega carros apressadamente.
Poirot era um homem extremamente baixinho. Não deveria ter mais do que 1,60m, mas tinha seu orgulho próprio e andava de cabeça erguida. Sua cabeça tinha o exato formato de um ovo, mas ele nunca ligou para isso. Tinha um estilo militar; a limpeza de suas roupas era de invejar, acredito que causaria mais dor nele uma mancha de sujeira do que um tiro. Este homenzinho esquisito foi na sua época um dos melhores membros da polícia Belga. Como detetive, tinha um talento extraordinário, conseguindo resolver casos complexos e emaranhados. _ Hastings
O Assassinato no Expresso do Oriente
Gostei muito desse livro, é um dos bem famosos que ainda não tinha lido, nesse livro o leitor se vê embananado porque os suspeitos tem sempre um álibi e/ou parecem honestos e pessoas boas demais. Percebi a verdade pouco antes do detetive “revelar” a todos, suspeitei mas achei que estivesse errada, mas isso não desmerece o livro nem de longe.
Sinopse: Pouco depois da meia-noite, uma tempestade de neve pára o Expresso do Oriente nos trilhos. O luxuoso trem está surpreendentemente cheio para essa época do ano. Mas, na manhã seguinte, há um passageiro a menos. Uma americano é encontrado morto em sua cabina, com doze facadas, e a porta estava trancada por dentro. Pistas falsas são colocadas no caminho de Hercule Poirot para tentar mantê-lo fora de cena, mas, num dramático desenlace, ele apresenta não uma, mas duas soluções para o crime.
_ Desculpe-me, senhor Poirot; não o entendo. _Eu também não me entendo – replicou Poirot. – Não entendo coisa alguma, como vê, e isto me aborrece.
Isso das duas soluções não vou comentar porque seria um spoiler, mas o que posso comentar é que o morto se revela um criminoso durante o livro e muita gente poderia querer mata-lo. Poirot estava voltando de viagem no famoso trem, mas a viagem vira mais um caso para ele resolver. Por ser amigo do dono da companhia que também estava a bordo, ele aceita a missão, como o trem estava parado ele teria um certo tempo antes da polícia. Assim, ele vai entrevistar todos no trem, ele já havia feito suas observações sobre essas pessoas durante a viagem, mas ainda assim vai se surpreender com a quantidade de mentiras envolvidas.
Poirot sorveu o seu vinho e relanceou um olhar pensativo pelo salão. Viam-se ali, à roda das mesas, umas treze pessoas, pertencentes, como bem dissera Bouc, a todas às classe e nacionalidades. O belga pôs-se a observa-lás.
Nesse livro é retratado também uma série de preconceitos, acharem que o assassino foi uma mulher por que esfaquear é coisa de mulher, ou de algum “latino” por terem fama de ter o sangue quente e agir sem pensar. Já Poirot vai dizer que não que foi um crime bem calculado o que denuncia um cérebro “anglo-saxão”. E coisas do tipo.
Esse livro e outros que se passam em lugares distantes como o Egito ou Bagdá, foram inspirados pelas viagens de Agatha com seu segundo marido, que era arqueólogo, Max Mallowan, pelo Oriente.
O filme
Assinato no Oriente Express foi lançado em 1974, com um elenco cheio de estrelas da época como: Albert Finney, Lauren Bacall, Ingrid Bergman, Jaqueline Bisset, Sean Connery e Vanessa Redgrave Foi dirigido por Sidney Lumet.
O filme foi muito fiel ao texto original, e não poupou esforços para caracterizar o glamour da época; os figurinos foram impecáveis e chegaram a ser usados vagões reais do Expresso Oriente. Sucesso de público e crítica, ganhou os prêmios de melhor filme, ator e atriz coadjuvantes no Bafta e o Oscar de melhor atriz coadjuvante para Ingrid Bergman (foi indicado em seis categorias).
No filme temos um Poirot bem engraçado, suas manias são evidenciadas e ele tem um jeito meio duro de se mexer e falar (quase grita em alguns momentos). Mas achei bem fiel a história original, tirando o fato que corta uma rodada de entrevistas em que Poirot descobre a mentira, que foi uma das partes que mais gostei do livro :/. O glamour do trem é bem enfatizado com várias passagens em que ele aparece com uma música ao fundo. Alguns personagens me pareceram mais suspeitos no filme do que no livro, suas expressões, “cara d culpado”.
Sinopse: O que acontece quando duas pessoas que foram feitas uma para outra simplesmente não conseguem ficar juntas? Todo mundo acha que Rosie e Alex nasceram para ser um casal. Todo mundo menos eles mesmos. Grandes amigos desde criança, eles se separaram na adolescência, quando Alex se muda com sua família para os Estados Unidos. Através dos anos, a amizade foi mantida através de emails e cartas. Mesmo sofrendo com a distância, os dois aprenderam a viver um sem o outro. Só que o destino gosta de se divertir, e já mostrou que a história deles não termina assim, de maneira tão simples.
Tenho que discordar da sinopse quando diz que eles aprenderam a viver sem o outro, não é verdade, mesmo sem se encontrar, Rosie e Alex continuaram se falando por e-mails, cartas, mensagens… E nos períodos que isso não aconteceu, ambos sentiram muita falta um do outro. Então não aprenderam isso não, seguiram a vida adiante sim, namoraram e casaram, mas sempre na dependência de um olá, um como você está, parabéns e etc…
O livro Simplesmente Acontece começa muito divertido, somos apresentados a uma amizade infantil, muito divertida através de bilhetes trocados na escola. O casal não se desgrudava quando criança, e aos poucos vão crescendo diante do leitor, entrando nos mistérios da adolescência, vemos as dificuldades e vantagens de se ter um melhor amigo do sexo oposto.
O livro é um romance totalmente epistolar, também temos um pouco de diálogo quando a troca é de mensagens instantâneas, mas muitos e muitos e-mails. Não são recados trocados somente entre Alex e Rosie. Temos a família dos dois, os amigos, e outras pessoas que ajudam a contar a história dos períodos que eles não estão juntos, que são muitos.
Os dois tinham tudo para ficar juntos mas sofrem alguns (muitos) revés do destino, no começo a trama funciona muito bem e leva os dois para parceiros diferentes, naturalmente, e os dramas realmente não poderiam manter os dois juntos. Os dois precisavam de tempo para fazer o que é necessário, mesmo que não sendo a preferência dos dois.
Mas com um tempo o ritmo da leitura cai bastante e algumas situações se tornam um pouco forçadas, os dois pensam demais nos outros, o altruísmo fica exagerado mesmo quando se trata de pessoas da família. Fiquei um desapontada com algumas escolhas dos dois personagens. Mas eles são humanos né. No final já estava mais preocupada de que o livro acabasse e eles ficassem logo juntos (um UFA) do que com a emoção do momento. Como uma amiga me disse sobram páginas nesse livro. Mas não tem como desgostar totalmente do livro, porque alguns diálogos e histórias são muito engraçados, mas fica longe de ser um dos favoritos, porque a autora perdeu um pouco a mão, apesar da ideia ser boa. Acho que ela quis definir o destino de muitos personagens também se atendo a alguns detalhes não tão relevantes em momentos que o leitor só quer saber do Alex e da Rosie. Leia com paciência.
O filme
O filme (Love, Rosie) foi dirigido por Christian Ditter, Rosie é interpretada por Lily Collins (Instrumentos Mortais e Espelho, espelho meu) e Alex por Sam Claflin (Jogos Vorazes e Branca de Neve e o Caçador). O filme é o resumo do resumo do livro, assim senti falta no filme de alguns diálogos e situações bem engraçados. A Rosie passa por menos perrengues financeiros no filme do que no livro. Alguns personagens foram encurtados ou simplesmente cortados, a história também acaba muitos anos mais cedo do que no livro, mas a essência da história está presente. O corte diminuiu a enrolação do meio do fim pra história, e também demonstrou uma vontade maior dos dois ficarem juntos e lutarem contra as barreiras do que no livro.
Acho que a maior lição do livro e do filme é que se você tem certeza que ama alguém DIGA!
A autora
Cecelia Ahern também escreveu o famoso P.S. Eu te amo(aos 21 anos), que deu origem ao filme (sucesso, emocionante). Não li o livro, mas gostei muito do filme, a autora já flertava com as cartas e mensagens né. A irlandesa se formou em Jornalismo e Comunicaçãp. Seus outros romances — A Vez da Minha Vida, Aqui é o Melhor Lugar, Se Você Me Visse Agora e As Suas Lembranças São Minhas — foram todos best-sellers #1. Cecelia foi uma das criadoras da série de TV Samantha Who?, que ganhou um Emmy. Seus livros foram publicados em 46 países e foram vendidas mais de 20 milhões de cópias no mundo todo. A autora mora em Dublin (Irlanda) com sua família.
Sinopse: Na manhã de seu quinto aniversário de casamento, Amy, a linda e inteligente esposa de Nick Dunne, desaparece de sua casa às margens do Rio Mississippi. Aparentemente trata-se de um crime violento, e passagens do diário de Amy revelam uma garota perfeccionista que seria capaz de levar qualquer um ao limite. Pressionado pela polícia e pela opinião pública – e também pelos ferozmente amorosos pais de Amy –, Nick desfia uma série interminável de mentiras, meias verdades e comportamentos inapropriados. Sim, ele parece estranhamente evasivo, e sem dúvida amargo, mas seria um assassino? Com sua irmã gêmea Margo a seu lado, Nick afirma inocência. O problema é: se não foi Nick, onde está Amy? E por que todas as pistas apontam para ele?
Bem, Garota Exemplar é um livro de suspense que te prende totalmente desde o início, geralmente eu leio o livro antes de assistir a um filme, mas confesso que não tinha muitas expectativas quanto a esse livro, então quando me falaram que o filme era bom, resolvi assistir. Me arrependi de ter visto o filme primeiro, mesmo ele sendo uma ótima e perfeita adaptação. Falarei dele mais tarde.
O livro é narrado por Amy (a desaparecida) através de um diário e seu marido Nick, desde o primeiro momento percebemos que os dois viviam em um casamento problemático, cheio de mentiras e culpas. E dois lados da história são apresentados, enquanto Nick jura ser inocente e apesar dos milhões de erros e mentiras tenta provar sua inocência, o diário de Amy mostra uma marido ressentido e talvez capaz de matar? Um dos dois está mentindo? Nick é o culpado? Existe uma terceira pessoa? O mistério permanece, com uma caçada ao tesouro, até mais ou menos a metade do livro. Foi uma das coisas que me agradaram no livro. A resposta para essas perguntas não ficam para o final, até porque há muito mais questões envolvidas do que aparenta esse livro, com ar de simples, no começo.
No livro Gillian Flynn tece uma grande crítica aos casamentos de fachada, aos casamentos em que um quer submeter o outro as suas vontades e moldá-lo ao seu gosto. No começo muitas pessoas fingem que não são o que são pra agradar e outras ainda que projetam no outro aquilo que acham ser um parceiro ideal, mas nada que a convivência diária não faça desabar.
Ele está fazendo o que você manda porque não se importa o bastante para discutir, eu penso. Suas exigências medíocres simplesmente fazem com que ele se sinta superior, ou ressentido, e um dia ele vai trepar com uma bela jovem colega de trabalho que não pede nada, e você ainda vai ficar chocada. Apresente-me um homem com um pouco de determinação dentro dele, um homem que aponte minhas babaquices (mas também que gosta das minhas babaquices).
Múltiplas personalidades também é um tema que é abordado no livro, se moldar pra agradar o outro muitas vezes implica em virar outra pessoa. Ou conseguir ser uma pessoa para cada tipo de situação ou com quem se está. Tanto Amy quanto Nick passam por isso, ele com uma séria dificuldade em ser ele mesmo e lidar com a imprensa e polícia sem inventar nada. O papel de vilão pode cair facilmente em quem não faz a cara certa o age necessariamente como todos esperam. Mas ninguém sabe quantos ressentimentos desde a infância Nick trás.
Durante a vida inteira eu tentara ser um sujeito decente, um homem que amava e respeitava as mulheres, um cara sem problemas psicológicos. E ali estava eu, pensando coisas horríveis sobre minha gêmea, minha sogra, minha amante. Estava imaginando esmagar o crânio de minha esposa.
E o mesmo acontece com Amy, que tentou viver bem sobre a sombra de uma personagem de livros infantis criada por seus pais e inspirada nela, a “Amy exemplar”. Enquanto Amy fracassava na vida com altos e baixos como qualquer mortal, sua alter ego levava a vida perfeita sendo perfeita. Muitos elementos nos confundem e nos esclarecem ao logo do livro.
É uma época difícil para ser uma pessoa, apenas uma pessoa real, de verdade, em vez de uma coleção de traços d e personalidade escolhidos de uma interminável máquina automática de personagens. E se todos nós estamos atuando, não pode existir alma gêmea, porque não temos almas genuínas.
Ao mesmo tempo que temos a trama tensa, Nick, que já escreveu para uma revista, tem um jeito sínico-engraçado de refletir sobre as coisas. Mesmo nas situações mais tensas seu cérebro insiste em fazer piadas de bom ou mal gosto. Sempre com sua dupla, sua gemia, sua irmã Go.
Outro ponto do livro é criticar um dos grandes problemas da mídia atual, tratar como uma novela, e encher de sensacionalismo a cobertura de crimes. A mídia tem o seu papel de informar, mas em caso de crimes o culpado precisa ser julgado por um juri e não pela opinião pública altamente influenciável. A mídia arrasta para a tv todo tipo de testemunha que queira falar qualquer coisa sobre os envolvidos, isso geralmente só gera escândalos e pode até atrapalhar o trabalho da polícia. Além de enlouquecer familiares e suspeitos na busca pela audiência.
A autora: Gillian Flynn é jornalista e, antes de se dedicar integralmente à carreira de escritora, trabalhou por dez anos como crítica de cinema e TV para a Entertainment Weekly. Nascida na cidade de Kansas, no Missouri, e formada em jornalismo e inglês pela Universidade do Kansas, Gillian escreveu durante dois anos para uma revista de negócios na Califórnia e concluiu um mestrado em jornalismo na Northwestern University, em Chicago. Além de Garota exemplar, é autora dos premiados Sharp Objects e Dark Places. Seus livros foram publicados em vinte e oito países e tiveram os direitos de adaptação cinematográfica vendidos. Atualmente, Gillian mora em Chicago com o marido e o filho. (Fonte: Intrínseca)
Agora vamos falar sobre o filme…
O filme ao meu ver só tem pontos positivos, mantendo todas as características do livro em sua trama. Temos menos informações sobre o passado e a mente dos personagens do que no livro, mas isso é compensado pelo ótimo trabalho dos atores e do diretor. O filme deixa a todo momento que assiste de boca aberta com os novos dados e revelações.
A direção David Fincher, que também levou ao cinema o best-seller “Millennium: Os homens que não amavam as mulheres” (outra excelente adaptação), com Ben Affleck (“Argo”) e Rosamund Pike (“Jack Reacher” e “Orgulho e Preconceito). Eu fiquei muito satisfeita com o trabalho de Rosamund, que estou acostumada a ver e rever em Orgulho e Preconceito como uma menina extremamente tímida no papel de Jane.
Não dá para entrar em maiores detalhes sem estragar a história, que é repleta de reviravoltas. Fincher realiza mais um trabalho primoroso de direção, atuando com os parceiros de sempre. A montagem de Kirk Baxter é primorosa. A forma como a história vai sendo contada, mesclando cenas atuais, flashbacks e sequências que são fruto da imaginação, é extraordinária. Mesmo diante de cenas que retratam o passado do casal, temos sempre a sensação de que a narrativa está seguindo em frente. Nada é gratuito. (Adoro Cinema)