É com muita felicidade que posso anunciar aos quatro ventos que J.K. Rowling continua sendo uma escritora brilhante! Harry Potter dispensa apresentações e comentários, a série de livros mais famosa do meu tempo (rsrs), a série de livros que me tornou uma leitora de verdade e que transformou sua autora numa das escritoras mais famosas do mundo. E com motivo! Muito bem, depois de HP, JK ficou muito tempo sem lançar nenhum livro, eis que no ano passado (2012) surge Morte Súbita. Um livro que como minha amiga Camille e eu vivemos dizendo é um soco no estômago, incrível, com personagens difíceis de aturar e amar, aqueles que amamos odiar e outros que nossa, vieram para fazer sofrer a consciência e roer as unhas até acabar o livro com uma preocupação na cabeça. Com esse livro, JK se jogou de cabeça nos livros “adultos” e o fez com grande exito, na minha humilde opinião.
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Morte Súbita – Sinopse:
Quando Barry FairBrother morre inesperadamente aos quarenta e poucos anos, a pequena cidade de Pagford fica em estado de choque. A aparência idílica do vilarejo, com uma praça de paralelepípedos e uma antiga abadia, esconde uma guerra. Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… Pagford não é o que parece ser à primeira vista. A vaga deixada por Barry no conselho da paróquia logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas? Com muito humor negro, instigante e constantemente surpreendente, “The Casual Vacancy” é o primeiro livro para adultos de J.K. Rowling.
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Preconceitos, desigualdades sociais, falta de oportunidades, ganância, fofoca e intriga envolvem a trama do livro. A falta de FairBrother e a vaga no conselho causam sentimentos diferentes nos personagens com que ele esta diretamente envolvido e indiretamente nos mais frágeis que são afetados por uma avalanche. JK traz jovens mal comportados, com laços destruídos, famílias reviradas e problemáticas, ricas ou pobres. Uma morte sacode os esqueletos que todos tem no armário, através de uma arma da atualidade a Internet. Além disso tudo, a narrativa é bem diferente e não espere por final feliz! O livro acaba te enterrando de vez vala, não vai ler e ficar bem.
E para minha total felicidade, J.K. lançou um livro esse ano, dessa vez com um pseudônimo, Robert Galbraiths. Como ela mesma explicou em uma entrevista, publicou o livro com o nome falso porque queria se sentir como no início da carreira e trabalhar sem a euforia e as expectativas e receber um retorno sem verniz nenhum. “Foi uma uma experiência incrível e eu só queria que tivesse uma vida mais longa”.
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O Chamado do Cuco – Sinopse:
Quando uma modelo problemática cai para a morte de uma varanda coberta de neve, presume-se que ela tenha cometido suicídio. No entanto, seu irmão tem suas dúvidas e decide chamar o detetive particular Cormoran Strike para investigar o caso. Strike é um veterano de guerra, ferido física e psicologicamente, e sua vida está em desordem. O caso lhe garante uma sobrevida financeira, mas tem um custo pessoal: quanto mais ele mergulha no mundo complexo da jovem modelo, mais sombrias ficam as coisas e mais perto do perigo ele chega. Um emocionante mistério mergulhado na atmosfera de Londres, das abafadas ruas de Mayfair e bares clandestinos do East End para a agitação do Soho. O chamado do Cuco é um livro maravilhoso. Apresentando Cormoran Strike, este é um romance policial clássico na tradição de P.D. James e Ruth Rendell, e marca o início de uma série única de mistérios.
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Pergunta da entrevista que pode ser lida completa no site da Rocco.
“11) Revelar a identidade verdadeira de Robert Galbraith não foi simplesmente uma campanha de marketing elaborada para impulsionar as vendas?
Quando respondi a esta pergunta pela primeira vez, só pude dizer que não planejei nem desejava a revelação. Sem saber como aconteceu, fiquei mais decepcionada do que furiosa quando fui desmascarada. Embora tenha sido lançado há apenas três meses*, Robert vendeu 8.500 exemplares em todos os formatos (capa dura, ebook, para biblioteca e audiolivro), chegou a ser número um em vendas de audiolivros no Reino Unido e recebeu duas ofertas de produtoras de televisão. O sucesso de Robert neste período se compara favoravelmente com o sucesso de J.K. Rowling no período equivalente de sua carreira e tenho muito orgulho dele!
Quando o jornalista do Sunday Times nos procurou, saltei à conclusão errônea de que alguém, de uma das produtoras de TV interessadas, teria desconfiado. Não só este autor inédito era avesso a aparecer em reuniões para uma adaptação para a telinha, como não havia fotos dele em lugar nenhum e ele por acaso tinha o mesmo agente e editor de J.K. Rowling! Porém, no final do dia em que o Sunday Times publicou a matéria, revelou-se que alguém de quem eu nunca ouvira falar contara meu segredo no Twitter. Seguiram-se então alguns dias muito desagradáveis em que fui obrigada a me perguntar quem do número mínimo de pessoas a quem eu me confidenciei poderia ter passado a informação a alguém que a twitaria ao mundo. Em momento algum pensei que a possível fonte fosse um advogado de uma firma de que eu evidentemente supus poder esperar inteira confidencialidade. A revelação foi um choque imenso e uma profunda decepção. Meu plano de escrever sob pseudônimo era antigo e embora eu não tenha tido o tempo que esperava, foi maravilhoso enquanto durou. Desfrutei de um período de escrita e pesquisa sem a pressão ou as expectativas e foi incrível receber feedback de editores, críticos e leitores sob um nome diferente”.
Fora toda essa história do pseudônimo, a história é muito boa, lembrando um pouco a linha da Agatha Christie, o suspense policial leva o leitor até o finalzinho da trama querendo saber quem é o assassino e se enganando e confundindo. O detetive particular herói da vez é Cormoran Strike, um anti-herói problemático, com uma perna capenga e um grande problema amoroso. Cormoran conquista o público com seu jeito simples de lutador que desanima mas não se deixa abater, que não quer piedade e que ao mesmo tempo precisa de ajuda. Ajuda que consegue num personagem clássico, a secretária, mas que esta louca para mostrar que pode ser muito mais do que é. Não se pode falar muito de um romance policial sem estragar a história, então se quer saber dos personagens suspeitos, vá ler o livro! Sem pistas aqui!
Continuar lendo a entrevista, traz bem mais informações sem contar os segredos:
“7) Por que o título O chamado do cuco ?
O título é retirado de um poema melancólico de Christina Rossetti chamado, simplesmente, “Lamento”, das lamentações por alguém que morreu jovem demais. O título também contém uma alusão sutil a outro aspecto da trama, mas não posso explicar sem estragar a história, deixarei que os leitores descubram.
8) Pode nos falar um pouco mais de Strike e por que decidiu fazer dele o personagem que é? E sua relação com Robin, que é intrigante?
Além de ser ex-policial militar, meu herói é filho ilegítimo de um homem muito famoso que ele só encontrou duas vezes. Strike me proporciona um meio de falar de forma objetiva e desapaixonada das excentricidades que acompanham a fama. No exército, Strike teve o anonimato a que ansiava; agora que saiu, encontra quem faça muitos pressupostos sobre ele, com base unicamente em sua origem familiar. Strike é um homem brilhante, mas ferido, que ainda se prende fortemente a alguns princípios para ele sagrados. Tenta ganhar a vida tolerando as dificuldades físicas que para muitos civis seriam insuportáveis e mantendo uma disciplina que muitos dispensariam em seu estado.
A assistente de Strike neste caso, Robin, é uma secretária temporária que chega devido a um equívoco (ele tinha a impressão de haver cancelado seu contrato com a agência, sem ter fundos para pagar). Robin escondeu de todos, inclusive do noivo, a ambição de toda a vida de se envolver em trabalho de detetive. Fica emocionada quando se vê trabalhando para um detetive particular, mas sua relação no início não é promissora. Amo tanto Robin quanto Strike e isso significa alguma coisa. Ela evoluiu em grande parte de minha própria experiência como temporária, muito tempo atrás, em Londres, onde eu sempre conseguia alguma renda entre os empregos porque sabia datilografar 100 palavras por minuto porque escrevia ficção em meu tempo livre.
No início Robin acha Strike muito pouco atraente e antipático, entre seu mau humor e seu cabelo “de pentelho”, mas logo começa a admirar o homem, sua ética de trabalho e sua inteligência. Enquanto isso, Strike, ciente de sua suscetibilidade como recém-separado e homem isolado, está decidido a não gostar demais desta garota prestativa e inegavelmente sexy e a não confiar demasiado nela. Foi muito divertido escrever a relação resultante, com muitas estranhezas e uma amizade que surge aos poucos. “
E para nossa alegria!
A sequência já está pronta e é provável que no ano que vem o novo detetive favorito esteja de volta! 😀
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