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{euLi} Uma janela em Copacabana – Luiz Alfredo Garcia-Roza #SetembroPolicial

UMA_JANELA_EM_COPACABANA_1350701291BSinopse: Copacabana, Rio de Janeiro. Três policiais são executados em curto espaço de tempo. Eram tiras medíocres, e suas mortes têm muito em comum. Foram eliminados por um assassino frio, que não deixa rastro e costuma disparar à queima-roupa.
De imediato, o mundo policial entra em rebuliço. Quem estaria disposto a correr o risco de sair matando tiras, ainda que inexpressivos? À própria polícia? E por quê?
Em meio às confusões de seu cotidiano de livros sem estantes e mulheres fugidias, o delegado Espinosa, titular do 12º DP, tem poucos elementos para desvendar o caso. Ele e sua equipe enfrentam olhares temerosos e desconfiados dos colegas, muitos deles comprometidos com a corrupção. Percorrendo as ruas de sua geografia predileta, entre os bairros do Leme e de Copacabana, o delegado irá deparar-se com outras mortes e com os mistérios da insinuante esposa de um membro do primeiro escalão do governo federal.

Eu acho que criei muitas expectativas sobre esse livro e por isso me frustrei um pouco. Em alguns momentos quase nada acontece na trama, a investigação em si é muito parada e o autor opta por contar muito do cotidiano do delegado Espinosa, como o fato dele nunca trocar a torradeira que é comentado umas 3 vezes. Mas apesar disso o mistério e sua solução são bons, achei bem interessante, cheguei perto de desconfiar, porque na verdade o livro trabalha com o que está na sua cara, enquanto os personagens estão dizendo muitas e muitas coisas.

É minha segunda leitura do #SetembroPolicial e a segunda em que o personagem principal já é um delegado. No anterior a figura era atípica e dividia a DP com outros 3 delegados (2990 graus – resenha), então nem mandava muito, mas Espinosa é quem comanda toda a 12ª DP de Copacabana, é o chefão. Então temos uma figura que delega o trabalho para 3 investigadores, formando uma equipe menor, que não acompanhamos totalmente e acabamos recebendo mais seus relatórios. O que para mim foi uma experiência diferente dos outros policiais que costumo ler que são mais focados no investigador, estava mais acostumada a acompanhar todos os interrogatórios, as saídas atrás de pistas. Acho que por isso que achei a situação mais parada, apesar de termos muitas mortes, pessoas em perigo e o ritmo melhorar mais para o final.

Não é um livro que dá para contar muito, um ponto levantado é como o clima azeda numa delegacia quando os próprios policiais são suspeitos já que no começo tudo parece uma queima de arquivo. E como a corrupção entre os policiais é tão comum que ninguém se surpreende que as vítimas possam estar envolvidas em algum crime. Hoje no Rio infelizmente a morte de policiais não é nenhuma novidade, então até temos uma pressão da mídia, mas nada comparado ao que acontece em outros casos mais impactantes para os jornais.

Outro ponto forte são as figuras femininas que aparecem no livro como testemunhas, são mulheres fortes e personagens misteriosas, apesar de acabarem no posto de mulheres em perigo ou assim parecerem.

O delegado Espinosa é um personagem bem interessante, um tipo que atrai várias mulheres no livro e acredito que isso seja recorrente pelo seu jeito de solteirão. É um personagem inteligente, mas não chega a ser soberbo ou se fiar em deduções como outros. Esse não é o único livro em que ele aparece, Luiz Alfredo Garcia-Rosa criou o personagem no livro  “O Silêncio da Chuva”, de 1997 e já o trouxe mais 9 vezes depois disso. Apesar desse não ter se tornado meu livro favorito do gênero, fiquei curiosa de acompanhar Espinosa em outras aventuras entre Copacabana e o bairro Peixoto.

Série de TV: Em 15 de outubro estreava no canal GNT, “Romance Policial Espinosa” uma série baseada no livro Uma janela em Copacabana. Eu não assisti, mas você pode conferir a crítica do Literaturapolicial.com clicando aqui. A série não teve tempo de ganhar continuidade por o ator Domingos Montagner morreu afogado no Rio São Francisco em Sergipe. (Saiba mais)

 

Autor:

Estudante de Jornalismo na UFF, leitora voraz, que gosta muito de dividir com os amigos o que lê, o que gosta de ler e o que amou ler.

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