Publicado em Outros

{euLi} O assassinato de Roger Ackroyd – Agatha Christie #SETEMBROPOLICIAL

14137688_1161991537208165_1370579488_nSinopse: Em uma noite de setembro, o milionário Roger Ackroyd é encontrado morto, esfaqueado com uma adaga tunisiana – objeto raro de sua coleção particular – no quarto da mansão Fernly Park na pacata vila de King’s Abbott. A morte do fidalgo industrial é a terceira de uma misteriosa sequência de crimes, iniciada com a de Ashley Ferrars, que pode ter sido causada ou por uma ingestão acidental de soníferos ou envenenamento articulado por sua esposa – esta, aliás, completa a sequência de mortes, num provável suicídio. Ameaças, chantagens, vícios, heranças, obsessões amorosas e uma carta reveladora deixada por miss Ferrars compõem o cenário desta surpreendente trama, cujo transcorrer elenca novos suspeitos a todo instante, exigindo a habitual perspicácia do detetive Poirot em seu retorno ao mundo das investigações. O assassinato de Roger Ackroyd é um dos mais famosos romances policiais da rainha do crime.

Oi pessoal! Continuando o nosso mês policial, eu não poderia deixar de falar sobre algum livro da Agatha Christie. Afinal a ideia do mês ser em setembro surgiu por ela fazer aniversário no dia 15 desse mês (quinta). Dia em que será sorteado o Kit Agatha Christie, o primeiro desse mês especial.

Esse livro compete no coração de muitos fãs da Agatha como o melhor a autora, eu ainda acho E não sobrou nenhum/O caso dos dez negrinhos melhor, mas esse de fato tem um final sensacional. E fica em segundo lugar para mim. Confesso que só fui entender o porque dele ser tão importante quando acabei de ler as últimas palavras. Fiquei chocada com a astúcia da autora. E não vou revelar de jeito nenhum nada na resenha. Eu li numa versão bem antiga (essa da foto), comprei baratinho, só não recomendo porque tem uns erros estranhos. Por exemplo, no começo falam que um dos personagens é filho da esposa falecida de Roger Ackroyd e lá pelo meio do livro colocam que ele é sobrinho, que Roger é o tio. Essa edição só em sebo mesmo, então leiam outra.

Esse livro é narrado por um médico na pacata vila de King’s Abbott, ele mora com sua irmã Caroline, uma fofoqueira convicta. Enquanto ele não quer revelar segredos dos pacientes, ela parece saber mais que ele da vida de todos. A história começa com a morte da Sra. Ferrars, e há todo uma suspeita por parte de Caroline de que ela teria envenenado o marido e que teria se matado por consciência pesada. E logo depois morre um amigo íntimo dessa senhora, assassinado em sua própria residência. Isso tudo depois que ele teria pedido para conversar com o doutor e lhe revelado coisas sobre sua relação com a Sra. Ferrars e os segredos da dama. E uma carta com tais segredos desaparece.

Poirot está morando nessa vila, e acaba conhecendo o doutor. Ele já era amigo de Roger Ackroyd mas para a maioria das pessoas ele era ninguém. Até que sua situação é esclarecida e pede para que ele assume o caso. Quem faz o pedido, diferente do que está nas sinopses, é Miss. Ackroyd, sobrinha de Roger que está noiva do enteado do tio, Ralph. Esse último é um personagem bem misterioso, e as opiniões sobre ele sã contraditórias. O fato é que ele está sem dinheiro e há fortes indícios contra ele, e seu sumiço não ajuda em nada. Poirot promete investigar, mas que suas revelações serão as mais verdadeiras possíveis.

Parece chamar-se Mr. Porrot, um nome que dá uma singular impressão de irrealidade. A única coisa que sabemos a seu respeito é que se interessa pela cultura de abóboras.

É um livro bem divertido de ler, quando Poirot encontra Caroline a troca entre eles é bem engraçada. O contraste entre os irmãos também é ótimo. O nosso narrador doutor, se sente um Watson e fica sempre ao lado de Poirot. Nesse livro não temos Hastings que está na Argentina, então James vira seu par quase fixo.

Também tinha um amigo… um amigo que durante muitos anos sempre esteve ao meu lado. De vez em quando dava provas de uma imbecilidade que chegava a ser assustadora, mas apesar disso gostava muito dele. Imagine só, sinto falta até de sua burrice. A ingênua honestidade com que encarava todas as coisas, o prazer de surpreendê-lo e encantá-lo com os meus talentos superiores… tudo isso me faz tanta falta que nem posso lhe dizer.

Não consigo não fazer comparações entre Poirot e Sherlock depois de tantas leituras do último. No método diria que os dois dão valores aos detalhes (e guardam muito da investigação para si), mas Poirot faz mais entrevistas com os suspeitos (que geralmente são vários). Enquanto as pistas de Sherlock estão mais nas evidências do que nos discursos. Poirot também é bem mais sociável e conversa fácil com outros. A relação dele com Hastings lembra a de Sherlock e Watson, mas Hastings em vários momentos quer bancar o mais esperto e acha que Poirot não está enxergando o que ele está (o que não acontece com o modesto Watson). A questão dos parceiros nasceu com Edgar Allan Poe como falei em outro post.

A suspeita como é comum nos livros de Agatha, cai para cima de quase todo mundo que mora com Ackroyd. Todo mundo como afirma Poirot está escondendo alguma coisa e ele vai descobrir. Mesmo que o segredo não esteja ligado diretamente a morte, lança sempre uma luz sobre algum detalhe. E o final como sempre é surpreendente, e no caso desse livro mais ainda, mas as pistas estavam ali o tempo todo.

Na biografia Agatha Christie From My Heart, escrita por Tito Prates (também está sendo sorteada) está que esse livro gerou muita polêmica e isso o promoveu. Parte dos leitores de Agatha se disseram enganados pela autora, o que é um absurdo já que quem gosta de romance policial deveria justamente esperar por reviravoltas. Mas acredito que era pessoas que só gostam da mesma coisinha sempre. Tito nos conta que o livro lhe rendeu mais leitores do que os que ela possa ter perdido e que o livro foi o best seller do ano dos romances policiais. Esse livro foi primeiro serializado pelo The Evening News, em 1925, e publicado em 1926 (isso era comum na época).

A ideia do livro nasceu de um comentário de seu cunhado, James Watts, sobre uma história de detetive que estava lendo. Quarenta anos depois, Lord Louis Mountbatten, primo do Príncipe Phillip, marido da rainha Elizabeth II, escreveria uma carta a Agatha, lembrando-a que foi ele quem lhe enviou a ideia do enredo do livro.
Agatha, muito elegantemente, reconheceu ter recebido a carta, agradeceu, pediu desculpas, justificou que não respondeu na época por estar doente e enviou um exemplar autografado de Noite das Bruxas ao nobre inglês.
As palavras de Agatha na Autobiografia falam como James Watts lhe dando a ideia do plot, na qual ela estava pensando há algum tempo, quando a carta de Lord Mountbatten chegou. (Agatha Christie From My Heart)

Falarei mais sobre a vida de Agatha e sobre a biografia no próximo post, mas já a recomendo para os fãs que não conhecem. No ano passado devido aos 125 anos da Agatha fiz vários posts sobre sua obra, então se quiser saber sobre outros livros dela só pesquisar seu nome na área de busca. Também tem uma playlist de vídeos no youtube.

E vocês o que estão lendo nesse #SetembroPolicial ? Comentem! beijos

 

Autor:

Estudante de Jornalismo na UFF, leitora voraz, que gosta muito de dividir com os amigos o que lê, o que gosta de ler e o que amou ler.

4 comentários em “{euLi} O assassinato de Roger Ackroyd – Agatha Christie #SETEMBROPOLICIAL

  1. Oi Tha!
    Amo os livros da Agatha… afinal foram eles que despertaram todo o meu interesse e amor pela literatura!
    Porém, essa obra eu ainda não li…são vários os títulos dela né…que bom…kkkkkkk, mas com a sua resenha com certeza fiquei mais curiosa e vou colocar ele no topo da lista.
    Será meu próximo livro da autora 😉
    Parabéns pela resenha… suuuper bem feita, como sempre!
    Bjos

    http://thehouseofstorie.blogspot.com.br/

Deixe um comentário